LICITAÇÃO DE TUBOS FLEXÍVEIS PARA BÚZIOS TERÁ APENAS UMA EMPRESA QUE APRESENTARÁ O PREÇO DE US$ 1,95 BILHÃO
Em declarações feitas logo após assumir e mudar algumas lideranças dentro da companhia, a presidente Magda Chambriard disse que iria acompanhar os desdobramentos e observar as ações dentro da empresa para que não houvesse nada de irregular. Mas acontece que o ser humano não falha… alguns poucos meses depois de assumir uma empresa de múltiplas ações, não é possível acompanhar tudo de perto. Por isso, o compliance da empresa deveria estar atento a casos como o que está acontecendo neste momento. O setor de suprimentos parece não estar alinhado com as propostas de fortalecimento da indústria nacional, responsabilidade e austeridade presentes nos discursos dos diretores e de sua presidente. A área de compras da Petrobrás faz licitações internacionais em dólar quando poderia fazê-lo em reais e assim fortalecer a politica de industrialização, atraindo para o Brasil fornecedores internacionais da cadeia produtiva do petróleo. Outro ponto relevante tem sido a conivência ou a falta de estratégia para impedir que o mercado de lançamento de linhas flexíveis, que conta com poucas empresas qualificadas, organize-se e participe das licitações com baixíssima ou nenhuma competitividade.
Exemplos disso são os projetos de EPCI nos Campos Búzios 10 e Búzios 11 e Atapu 2 e Sépia 2. Essa falta de competitividade e a falta de atuação do suprimento da Petrobrás fizeram com que os custos submarinos dessem um salto tão grande, que é preciso um olhar detalhadamente as ações da turma responsável por isso da estatal. É esperado que na próxima sexta-feira (4) apenas uma proposta, da Subsea 7, seja apresentada. O valor – ou o entorno – será de 1,95 bilhão de dólares. 120% acima do que era praticado há dois anos. A Petrobrás, através dos seus procedimentos e intransigência, permitiu a criação de um mercado sem competição, onde apenas dois fornecedores dividem ao seu bel-prazer, um grande bolo suculento e saboroso. A Petrobrás assiste passivamente ao que parece um cartelização desse mercado, aparentemente sem adotar nenhuma medida para impedir que os custos impactem negativamente os projetos. A Gerente Geral de Suprimentos, Marina Quinderê, que não foi colocada por Chambriard (foto à direita), mas mereceu, por alguma razão, um voto de confiança da nova presidente. Não é possível atribuir tão somente a ela, uma atuação profissional, firme e estratégica para evitar que tais fatos venham a comprometer projetos estratégicos para a Petrobrás e para o Brasil. A área de suprimentos, onde Quinderé é responsável pelas contratações, está ligada diretamente ao diretor financeiro, Fernando Melgarejo (foto à esquerda), que a manteve no cargo. A expectativa do mercado é que apenas a Subsea 7 e a Technip vão apresentar propostas para lançamento de flexíveis para esses campos que tem nas licitações em curso. Parece o rascunho de um cartel em formação.
As licitações serão alternadas. A próxima de Búzios 10 será no dia 30 deste mês, onde a Technip apresentará proposta. Em Atapu e Sépia, a divisão será salomônica, os sócios Total Energies e Shell, francesa e anglo-holandesa, estão confortáveis disputando projetos e levando empregos e lucros para as matrizes em seus países. Puxa, é muita coincidência. E não há concorrentes? Claro que há. A McDermot, Saipem etc. Quiseram apresentar preços alternativos, mas sabe-se que Quinderê colocou o pé na porta. Como se dissesse: “ daqui não passarão.”
Esse tipo de coisa tem trazido constrangimentos em série na empresa. Um exemplo foi o comportamento do Gerente Wagner Victer (foto à direita), que esteve em Búzios e não ficou nada feliz com esse tipo de arranjo. Pelas notícias que chegaram ao Petronotícias, ele teria lutado para que as estacas de sucção, que a Subsea 7 trouxe da China, pudessem ser construídas aqui no Brasil. No caso dos tubos flexíveis, Quinderé teria concordado em colocar os preços em reais, a pedido de Victer, para induzir as empresas a retomarem as fábricas aqui no Brasil, para beneficiar empresas nacionais também, uma política do governo Lula. Mesmo assim, a gerente na hora de mandar a documentação para a apreciação das diretorias, mandou as proposições, mas com os preços em dólar. Além de encarecer a obra, praticamente eliminou a possibilidade das vencedoras retornarem com as suas atividades no Brasil, deixando o caminho aberto para as encomendas fossem para as sedes das empresas vencedoras exterior.
Depois desse “miguézinho” que deu uma pernada em Victer, não convidem os dois para a mesma mesa. Vamos ver agora as providências que a diretoria da empresa tomará. Muito provavelmente, em casos assim, os dois deverão ser chamados para uma reunião e apresentar seus argumentos. Mas seria interessante a Petrobrás divulgar quais foram as defesas apresentadas por Quinderé para lotear as licitações, não aceitar concorrências e beneficiar apenas duas empresas internacionais. Companhias importantes que estão trabalhando no Brasil há muito tempo. Será que eles precisariam disso?
A TechnipFMC tem fábrica no brasil a mais de 30 anos. Este site precisa melhorar muito a qualidade das notícias.
Você Você sabia que a Technip tem 7 fábricas na França? E melhor eu parabenizar o Petronoticias….
Isso tem ser acompanhado de perto prá não ficar uma imagem que ninguém sabe especificar como comprou e não Poderia ter suprimentos suprimentos de fora do Brasil.