LITUÂNIA VAI ANALISAR OPÇÕES PARA DESENVOLVIMENTO DE ENERGIA NUCLEAR

O governo da Lituânia decidiu criar um grupo de trabalho para avaliar as oportunidades de desenvolvimento da energia nuclear no país, com os pequenos reatores modulares (SMRs) sendo vistos como uma das opções mais prováveis. O grupo de trabalho será estabelecido no âmbito do Ministério da Energia e contará com especialistas da usina nuclear de Ignalina, atualmente em processo de descomissionamento. A Inspeção Estatal de Segurança da Energia Nuclear será responsável por apresentar propostas de regulamentação de segurança.

A Estratégia Nacional de Independência Energética da Lituânia, apresentada no ano passado, previu que a demanda por eletricidade deve aumentar de 24 TWh em 2030 para 74 TWh em 2050. Segundo o Ministério da Energia, “considerando os desafios relacionados à mudança climática, os objetivos de segurança energética e os estudos realizados, uma das possíveis soluções é a instalação de reatores nucleares com capacidade de até 1,5 GW na Lituânia”.

A estratégia nacional estabelece que uma decisão sobre a adoção de pequenos reatores modulares deve ser tomada até 2028, com o primeiro entrando em operação até 2038.

Dois grandes reatores RBMK da usina de Ignalina forneceram 70% da eletricidade do país até serem desativados, em 2004 e 2009, como condição para a entrada da Lituânia na União Europeia. A usina está sendo descomissionada pela empresa Ignalina NPP, que já retirou o combustível dos reatores e o armazenou em contentores secos para estocagem temporária no próprio local. O processo de descomissionamento deve durar até 2038.

“O retorno da energia nuclear à agenda de questões estratégicas mostra que a Lituânia está olhando para o futuro — buscando estabilidade de longo prazo, independência energética e progresso“, afirmou Linas Baužys, diretor-geral da Ignalina NPP. “Considerando o aumento previsto da demanda por eletricidade no país, que deve mais que triplicar até 2050, é necessário avaliar realisticamente as possibilidades de diversas fontes de geração para garantir uma energia limpa, confiável e competitiva para o país e a região. Os pequenos reatores modulares são uma das direções potenciais que merecem ser consideradas com seriedade e profissionalismo“.

O ministério informou que a missão do grupo de trabalho será “realizar uma análise detalhada, envolver o público, cooperar com especialistas internacionais e, com base nas avaliações e projetos de pequenos reatores nucleares, preparar um relatório. O documento apresentará direções estratégicas e um plano de ação para o desenvolvimento da energia nuclear na Lituânia. As funções de assistência técnica foram atribuídas à usina de Ignalina, que ficará responsável por conduzir os estudos necessários, elaborar relatórios e preparar outros documentos essenciais para uma tomada de decisão bem informada.”