LULA É ELEITO PRESIDENTE DO BRASIL COM 50,90% DOS VOTOS
O Brasil decidiu e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está de volta. O petista venceu as eleições presidenciais realizadas neste domingo (30). Com 100% das urnas apuradas, Lula obteve 50,90% dos votos válidos contra 49,10% do seu adversário, o atual presidente Jair Bolsonaro (PL). Os números retrataram um país dividido. Após uma eleição extremamente acirrada, Lula terá pela frente importantes decisões estratégicas nas áreas de óleo, gás e energia. A partir dos documentos publicados pela campanha petista ao longo das eleições, a expectativa do mercado é que a ideia de privatização da Petrobrás seja engavetada. Além disso, Lula também falou bastante durante sua campanha sobre a política de preços da petroleira, indicando uma possível mudança na forma em que os valores dos combustíveis serão reajustados. A mão do Estado também deve ampliar sua presença na economia durante o novo governo.
Na última quinta-feira (27), a campanha de Lula lançou um documento com 13 pontos que devem ser priorizados em seu governo. No texto, chamado “Carta para o Brasil do Amanhã”, Lula propõe um movimento de reindustrialização do Brasil, alegando que o país “não precisa depender da importação de respiradores, fertilizantes nem diesel e gasolina”. Além disso, a carta aponta ainda que o Brasil tem “vantagens competitivas que devem ser ativadas, especialmente nos complexos econômico-industriais da saúde, do agronegócio e do petróleo e gás”. Em outro trecho, o petista afirma que “os bancos públicos, especialmente o BNDES, e empresas indutoras do crescimento e inovação tecnológica, como a Petrobrás, terão papel fundamental neste novo ciclo”.
Além disso, ainda no início da corrida eleitoral, a campanha de Lula divulgou um documento com as diretrizes para o seu programa de governo. O texto defende que é imprescindível garantir a soberania e a segurança energética do país, com ampliação da oferta de energia, aprofundando a diversificação da matriz, com expansão de fontes limpas e renováveis a preços compatíveis com a realidade brasileira.
O agora presidente aponta ainda que é necessário expandir a capacidade de produção de derivados no Brasil, aproveitando-se da grande riqueza do pré-sal, com preços que levem em conta os custos de produção no país. O programa de governo de Lula também se opõe frontalmente à privatização de estatais, tais com a Petrobrás e a PPSA, que estavam na mira dos planos de desestatização do governo Bolsonaro.
“Opomo-nos fortemente à privatização, em curso, da Petrobrás e da Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA). A Petrobrás terá seu plano estratégico e de investimentos orientados para a segurança energética, a autossuficiência nacional em petróleo e derivados, a garantia do abastecimento de combustíveis no país. Portanto, voltará a ser uma empresa integrada de energia, investindo em exploração, produção, refino e distribuição, mas também atuando nos segmentos que se conectam à transição ecológica e energética, como gás, fertilizantes, biocombustíveis e energias renováveis. É preciso preservar o regime de partilha, e o fundo social do pré-sal deve estar, novamente, a serviço do futuro”, apontou o plano de governo.
O documento de diretrizes do programa de Lula ainda se coloca contrário à venda da Eletrobrás. “Precisamos recuperar seu papel como patrimônio do povo, preservando nossa soberania energética, e viabilizando programas como o Luz para Todos, que terá continuidade, e uma política sustentável de modicidade tarifária”, aponta o documento.
Lula diz que a principal missão da política industrial de seu governo será promover o engajamento da indústria na transição tecnológica, ambiental e social. “Para isso, a política industrial deve manter o foco nas prioridades do país e alavancar a capacidade tecnológica nacional e a inovação. Será também estimulada pelo poder de compra governamental em complexos industriais estratégicos, como saúde, energia, alimentos e defesa”, finalizou o documento.
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