MAGDA CHAMBRIARD VOLTA A DEFENDER A MARGEM EQUATORIAL E O NOVO CICLO VIRTUOSO QUE A PETROBRÁS PASSOU A VIVER
Quem perdeu a entrevista da Presidente da Petrobrás ao Canal Livre da Rede Bandeirantes, que começou na noite de domingo (29) e terminou na madrugada desta segunda-feira (30) perdeu, talvez, a melhor entrevista de uma presidente da Petrobrás das últimas duas décadas pelo menos. Vale a pena procurar no canal do youtube da emissora paulista, se quiser ter um Raio X mais preciso do círculo virtuoso que a companhia começou a entrar, mas que terá que ter muito cuidado com a sedução dos bilhões de dólares que estarão nas mesas das licitações. Nestes momentos sempre surgem os olhares gordos dos políticos. Alguns da época da Lava Jato ainda tem a boca torta dos fumantes de cachimbo. Por isso, é preciso cuidado redobrado. O caráter de Magda parece defendê-la dessas seduções, mas, por via das dúvidas é bom ter um olho no gato e outro no peixe ou, baseada em passado recente, um olho nos ratos e outro no queijo. Para isso, por suas declarações, diz contar como uma diretoria unida. Ao lado dela, duas se destacam: Renata Baruzzi e Sylvia dos Anjos, que parecem ter a mesma força extraída dos desenhos animados, formado pelo trio das “Meninas Super Poderosas” da Companhia. Com uma participação muito importante desse trio, a Petrobrás já anunciou a contratação de dez barcos de apoio, com 40% de conteúdo local, e espera contratar outros 20, até 2020. Tem ainda a contratação de novas plataformas com índices de conteúdo semelhante, das obras de Top Side dessas platataformas. Há ainda a expansão de algumas refinarias e toda Margem Equatorial para explorar.
A grande diferença de Magda de outros presidentes que a companhia já teve, em passado recente, apenas Graça Foster havia sido funcionária Petrobrás de carteirinha, mas trazia em sua personalidade o seu “senso de mau humor,” que a deixava com um ambiente de trabalho mais pesado do que leve. Na sequência vieram Aldemir Bendine, Pedro Parente, Ivan Monteiro, Joaquim Silva e Luna, Roberto Castello Branco, José Mauro Ferreira Coelho, Caio Paes de Andrade e Jean Paul Prates. Nenhum deles, reuniu o conhecimento da companhia e da produção do petróleo brasileiro. Magda traz com ela a experiência de ter ocupado cargos na Agência Nacional do Petróleo, tendo sido, inclusive, a sua diretora geral. Foi com ela que a ANP leiloou a Margem Equatorial, que há dez anos luta contra a força de funcionários ambientalistas influenciados por ONGs internacionais contrárias a exploração daquela região, que será a nova fronteira do petróleo nacional, queira o Ibama ou não.
Aliás um dos temas da entrevista aos participantes do programa foi exatamente a exploração da Margem Equatorial, que começa no Amapá e vai até o litoral do Rio Grande do Norte. Magda Chambriard, defendeu mais uma vez a exploração naquela região brasileira e se disse otimista em conseguir a licença ambiental do Ibama para perfurar o poço FZA-M-59. “Entregamos respostas ao Ibama em uma reunião técnica, como eles queriam. Estamos estudando a área há mais de 10 anos e a Petrobrás tem toda tecnologia e recursos para fazer essa exploração. Se exploramos o pré-sal a 200 quilômetros da Praia de Copacabana, Ipanema, com total confiança da população, se acidentes, merecemos algum crédito. Na Margem Equatorial vamos explorar a mais de 500 quilômetros do litoral do Amapá.” Ela disse ainda que “Quando se fala na Foz do Amazonas acham que vão sujar a Ilha de Marajó, que é uma distância duas vezes maior do que a distância em relação a Copacabana.”
Em relação a produção de gás, Chambriard explicou que o Brasil tem gás natural, mas que levará algum tempo para trazer para a costa todo o gás produzido na região do pré-sal. Enquanto isso, as parcerias com países vizinhos podem viabilizar o aumento da oferta do insumo e com isso reduzir o seu preço no mercado brasileiro. “Os campos do pré-sal no futuro serão campos de gás natural“, explicando que após o esgotamento do petróleo ainda restarão reservas de gás. Ela informou que ano que vem já será possível importar gás da Argentina, revertendo o Gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol), e que se a produção da Petrobrás na Colômbia for bem sucedida, poderá ocasionalmente vir para o Brasil. Sobre a pressão do dólar nos combustíveis, Magda lembrou que “ abrasileirou” os preços e que este “segredo” será mantido.
Sobre a relação com o Presidente Lula, disse que a sua relação com é muito boa, e que o político, como representante da União no controle da empresa, “quer saber tudo o que se passa na companhia e torce por nós”. Magda elogiou o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira: “Eu tenho uma relação direta com o governo, não ter seria um absurdo. Então eu busco alinhamento com o acionista majoritário, que é o governo, e com o acionista minoritário, que são meus acionistas privados, e tenho que conversar com os dois, por óbvio.” Ela falou bem até o Vice-Presidente Geraldo Alckmin, mas parece que fez questão de ignorar a Ministra do Meio Ambiente Marina Silva. Justamente quem está colocando pedras no sapato da Petrobrás na exploração da Margem Equatorial. Marina comanda um exército de ambientalistas que parecem desinteressados no progresso do país, diante de tantas amarras absurdas que colocam no desenvolvimento da infraestrutura do país.
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