MAIOR FEIRA DE PETRÓLEO DA EUROPA PROJETA FUTUROS NEGÓCIOS DA EQUINOR NO BRASIL

A Noruega está sediando nesta semana a mais importante feira do setor de óleo e gás da Europa, a ONS 2018, em Stavanger, na Noruega. O evento entra hoje (28) em seu segundo dia de realização, e o Brasil ganhou um considerável destaque e interesse por parte das empresas do setor. Na abertura do encontro, o país recebeu luzes de holofotes com importantes anúncios da estatal norueguesa Equinor em relação aos seus planos para o mercado de óleo e gás e energia. E para esta terça, a petroleira deve anunciar mais novidades, com a apresentação de seu novo plano de negócios, que será revelado dentro da ONS pelo executivo Tim Dodson, contendo a visão estratégica da companhia para o horizonte de 2030. Ao que tudo indica, o Brasil deve receber uma atenção especial, especialmente após os anúncios feitos pelo CEO da empresa no Brasil, Anders Opedal (foto).

Durante o primeiro dia da feira, o executivo anunciou que a Equinor poderá alcançar uma produção de até 500 mil barris de óleo equivalente por dia no Brasil até o ano de 2030. Como se sabe, a empresa é a operadora da área de Carcará, cuja produção poderá continuar além do horizonte de 2050, ainda de acordo com Opedal. Ela ainda citou o interesse em ampliar os investimentos em geração de energia renovável.

Esses e outros planos de crescimento foram comentados durante o painel “ONS International Markets: Brazil Session”, que contou também com a participação do secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Félix. O evento teve ainda a presença de representantes da Petrobrás, da Apex-Brasil e da Agência Nacional do Petróleo (ANP).

O diretor da agência Felipe Kury fez a palestra “The Brazilian O&G Industry: Improvements, goals and opportunities” durante a sessão sobre o Brasil e apresentou um panorama das mudanças regulatórias dos últimos 2 anos, resultados e expectativas das rodadas recentes e futuras. A comitiva da ANP terá ainda reuniões com a vice-ministra de Petróleo e Energia da Noruega, com a diretora-geral do Petroleum Safety Authority e com a DG do Norwegian Petroleum Directorate para tratar de aspectos regulatórios e técnicos.

Sobre o novo plano de negócios da Equinor, o que se comenta no mercado é que uma grande fatia de investimentos vai para a exploração e aquisições no exterior, nomeadamente em países como o Brasil, onde a companhia ganha cada vez mais importância, após as recentes aquisições feitas nos últimos leilões. Atualmente, segundo o Consulado Geral da Noruega, a nação europeia é a oitava maior investidora do Brasil, com recursos que somam US$ 21,3 bilhões até o ano de 2016.

Enquanto vislumbra os próximos passos no mercado brasileiro de óleo e gás, a Equinor anunciou importantes avanços no projeto de Johan Sverdrup, maior desenvolvimento da plataforma continental norueguesa desde os anos 1980. A estatal norueguesa apresentou ao governo de seu país o plano de desenvolvimento para a segunda fase do projeto, que tem potencial de produzir 660.000 barris por dia, segundo estimativa feita pelo CEO global da petroleira, Eldar Sætre.

“No plano de desenvolvimento da Fase 2, reduzimos a estimativa de investimento para 41 bilhões de coroas norueguesas (US$ 4,9 bilhões), e o preço de break-even para a Fase 2 é agora inferior a US$ 25 por barril. Ao longo de toda a história dessa indústria, eu acho que nunca vimos um projeto que foi melhorado tanto quanto Johan Sverdrup nos últimos 3 anos”, acrescentou Sætre.

A Equinor é a operadora do campo Johan Sverdrup, com 40% de participação. Os parceiros no empreendimento são a Lundin Norway, com 22,6% de participação, a Petoro, com 17,3%, a Aker BP, com 11,5%, e a Total, com 8,4%