MANIFESTAÇÕES CONTRA O FECHAMENTO DA FABRICA DE FERTILIZANTES EM ARAUCÁRIA MOBILIZA POUCOS PETROLEIROS
O protesto contra a decisão da Petrobrás fechar a fábrica de fertilizantes no Paraná, convocada pela Federação Única dos Petroleiros, não saiu bem do jeito que foi planejada. O protesto seria nacional, mas o registro mais intenso de pessoas foi mesmo em Araucária, onde o fechamento da fábrica de fertilizantes atingiu 396 funcionários que serão demitidos. No restante do país, as manifestações foram muito tímidas ou não existiram. No fundo, não teve o impacto que a federação esperava. A entidade pede que seja cancelado o fechamento da fábrica e faz duras críticas contra a atual diretoria da Petrobrás por desativar a Araucária Nitrogenados (Ansa/Fafen-PR).
Além dos trabalhadores da unidade, participaram do protesto funcionários da Repar, refinaria vizinha à Ansa/Fafen-PR, bem como representantes dos sindicatos filiados à FUP, de movimentos sociais e estudantis. A Federação diz que a paralisação da Ansa/Fafen-PR vai provocar a demissão de cerca de 1.000 pessoas ( a Petrobrás aponta 396) e que vai gerar grande impacto na economia local e regional. Cálculos do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis Zé Eduardo Dutra (Ineep) apontam que somente o
município de Araucária, onde está instalada a Ansa/Fafen-PR, vai sofrer impacto negativo de R$ 75 milhões anuais com a demissão dos trabalhadores e a perda de suas rendas. A perda se estende também aos cofres do governo do estado do Paraná, que pode deixar de recolher cerca de R$ 50 milhões em ICMS.
O diretor da FUP, Gerson Castellano, questionou o prejuízo da unidade alegado pela diretoria da Petrobrás para paralisar a Ansa/Fafen-PR. “Esse prejuízo é apenas contábil. A matéria-prima usada pela unidade é um resíduo que vem da Repar, que é da Petrobrás. Só que a Fafen paga por ele preço de mercado internacional, não o real custo do insumo. Até 2015 a Fafen dava lucro, mas essa mudança contábil feita pela diretoria da Petrobrás fez a companhia ter prejuízos.”
A FUP diz que houve manifestações na Replan, em Paulínia, e na Recap, em Capuava (SP); na Reduc, em Duque de Caxias (RJ); no Aeroporto do Farol, em Campos dos Goytacazes (RJ); na Regap, em Betim (MG); no Terminal da Transpetro (TAVIT), em Vitória (ES); no Edifício da Petrobras (Ediba), em Salvador (BA); na Refap, em Canoas (RS); na Reman, em Manaus (AM); no Polo Guamaré (RN), na Refinaria Abreu e Lima e no Terminal da Transpetro de Suape, em Ipojuca (PE); e na Lubnor, em Fortaleza (CE).
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