MANIFESTANTES MANTÊM BLOQUEIO DA RODOVIA QUE DÁ ACESSO AO CANTEIRO DE OBRAS DE BELO MONTE

Um grupo de indígenas bloqueia um trecho da rodovia Transamazônica desde a última quinta-feira (22), impedindo que os trabalhadores que não estão alojados no canteiro de obras, cerca de 40%, tenham acesso a Sítio Belo Monte, Pimental e Canais e Diques. Os manifestantes pedem que o consórcio Norte Energia cumpra com urgência o Plano Básico Ambiental, uma das condições para a construção da usina, e dizem que só irão desobstruir a rodovia depois que os presidentes da Funai e da Norte Energia aceitarem se reunir para negociar.

Segundo o Movimento Xingu Vivo, a manifestação foi provocada pela espera da assinatura do termo de compromisso do PBA. “Um dos objetivos da ocupação era que a Norte Energia assinasse o termo de compromisso, que ela disse que já assinou, mas ainda não disse nada aqui pra gente”, afirma Ney Xipaya, uma das lideranças presentes no local. Os indígenas também exigem pressa nos compromissos firmados pela empresa em outras ocupações, principalmente em relação à construção de escolas, casas e pistas para o transporte de funcionários da saúde. Na madrugada de sexta para sábado, o movimento assumiu a responsabilidade pelo incêndio de um ônibus do Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM). Os indígenas declaram que se as reivindicações não forem atendidas, outros ônibus podem ser queimados.

De acordo com o consórcio, os manifestantes se recusaram a apresentar uma pauta de reivindicações aos representantes da Superintendência de Assuntos Indígenas da empresa. Neste sentido, a Norte Energia recorreu judicialmente e obteve liminares garantido o direito de passagem de seus veículos e colaboradores e a proteção do seu patrimônio físico. A empresa também relata que um grupo de cerca de 20 invasores abandonou o processo de conversa em curso e tentou ocupar instalações das obras em um dos canteiros da usina. Os manifestantes teriam chegado ao local em dois barcos, mas foram dispersos e retirados do canteiro.