MARCELO ODEBRECHT DEPÕE PARA QUE SEU ACORDO DE DELAÇÃO PREMIADA SEJA HOMOLOGADO
Terminou o depoimento do empresário Marcelo Odebrecht, preso da operação Lava-Jato desde junho de 2015. Ele depôs desde às 9 horas da manhã desta sexta-feira (27) na sede da Justiça Federal, em Curitiba. A audiência foi conduzida pelo juiz auxiliar Márcio Schiefler Fontes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele faz parte do grupo de magistrados que auxilia a relatoria da Lava-Jato, antes conduzida pelo ministro Teori Zavascki, morto em um acidente aéreo no último dia 19. O juiz chegou ao prédio da Justiça Federal sob escolta. Ele também foi o responsável pela confirmação dos acordos de delação do ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró e do doleiro Alberto Youssef.
A audiência de confirmação da delação premiada é um procedimento comum do acordo. O juiz questiona os delatores sobre se eles prestaram as informações de forma livre e espontânea, sem coação por parte do Ministério Público Federal (MPF). As confirmações das delações premiadas pelos juízes auxiliares do STF foram autorizadas pela presidente do Supremo, ministra Cármen Lúcia, que estuda homologar os acordos à medida em que eles retornem ao STF. Antes do início do depoimento de Marcelo Odebrecht, Valter Luís Arruna Lana, diretor superintendente da Odebrecht sul, participou de audiência para também confirmar o acordo de delação premiada. O executivo deixou a sede da Justiça Federal acompanhado de um advogado e não conversou com a imprensa.
O procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato no Ministério Público Federal (MPF), afirmou que a delação de ex-executivos da Odebrecht dobrará o número de pessoas sob investigação.
“A perspectiva é que a operação dobre de tamanho. A colaboração da Odebrecht e de vários de seus funcionários são fatos trazidos que podem continuar em boa parte em Curitiba, mas muito provavelmente vão ser espalhados pelo Brasil criando uma espécie de filhos da operação”.
Considerada a maior investigação de corrupção da história do Brasil, a Lava Jato já denunciou até o momento 259 pessoas, incluindo políticos e dirigentes das maiores empreiteiras do país. Dezenas de empresários e políticos já foram condenados à prisão, entre eles o presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, que fez delação premiada.
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