MARCIO FELIX LANÇA EMPRESA VISANDO CAMPOS TERRESTRES E BUSCANDO INTEGRAÇÃO COM PROJETOS REGIONAIS
Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –
O atual presidente do Conselho de Administração da Pré-Sal Petróleo (PPSA), Marcio Felix, anunciou nesta semana o lançamento de uma empresa para desenvolver e operar o que ele chama de “ecossistemas energéticos” no Brasil. Em entrevista ao Petronotícias, o executivo revelou o plano de ação da nova companhia, que se chamará Energy Platform (EnP). “Vamos buscar identificar em estados brasileiros, especialmente os que têm áreas de exploração na Oferta Permanente da ANP, ativos onde possamos compor uma eventual produção de petróleo e gás”, afirmou. Além de adquirir ativos terrestres de E&P, a EnP pretende fazer a integração destes campos com outros projetos, como refinarias, termelétricas, infraestrutura de gás, entre outros. “A ideia é conseguir montar um conjunto de projetos que se alimentem um do outro. Formaremos assim um ecossistema regional, com tecnologias que buscam uma produção verde e o equilíbrio em carbono”, explicou.
Como se dará a atuação da companhia?
Vamos buscar identificar em estados brasileiros, especialmente os que têm áreas de exploração na Oferta Permanente da ANP, ativos onde possamos compor uma eventual produção de petróleo e gás com outros projetos, como refinarias, termelétricas, infraestrutura de gás e combinação de produção de gás natural com biogás.
São projetos que formam um ecossistema, de maneira que um empreendimento possa alimentar o outro. E, assim, poderemos caminhar para buscar uma neutralidade de carbono. Cada projeto vai usar as tecnologias as mais verdes possíveis. A sua combinação é que vai ser a arte para que tenhamos a menor pegada de carbono, com projetos que sejam bastante rentáveis.
Em quais áreas a EnP pretende atuar inicialmente?
Estamos olhando para onde existem bacias terrestres com áreas em oferta. Hoje, essas bacias são as do Nordeste, Espírito Santo e, futuramente, olharemos para as bacias que estão no Centro-Oeste. Inicialmente, vamos olhar para as bacias de Parnaíba, Potiguar, Sergipe-Alagoas, Recôncavo, Tucano e do Espírito Santo.
Algumas dessas bacias estão localizadas em regiões de produção de milho, cana-de-açúcar e soja, e que acabam produzindo biodiesel e etanol. São sinergias que nos permitem desenvolver indústrias de transformação, geração de energia, fertilizantes e petroquímica. Então, nossa atuação não se trata de uma exploração isolada. A ideia é conseguir montar um conjunto de projetos que se alimentem um do outro. Formaremos assim um ecossistema regional. Usaremos tecnologias que buscam uma produção verde e o equilíbrio em carbono, muito embora não seja uma obsessão nossa, mas é algo que vamos buscar.
Como surgiu a ideia de fundar a nova empresa?
Estamos em 2020. Sem contar as emoções desses últimos dias, estamos vivendo um período de transição energética acentuada. Alguns países mais adiantados já sinalizam o pico de demanda de petróleo. Existem empresas de petróleo migrando para a área de energia. Enquanto outras companhias estão trabalhando só com renováveis.
Vimos uma oportunidade de trabalhar com empresas de transição energética. Ou seja, empresas que lidam com diversos tipos de energia, procurando contribuir para a transição energética. [O objetivo] não é atuar em um setor e migrar para outro. É já atuar como se fosse uma empresa de transição energética. Essa é a ideia e a motivação. Vamos ocupar os espaços vazios e oportunidades que o Brasil tem, como a Oferta Permanente de áreas da ANP, por exemplo.
Quais serão os próximos passos da EnP?
Vamos começar a andar pelo Brasil para explicar o que é a empresa. Hoje (11), estaremos em Ribeirão Preto (SP). Amanhã (12), em Vitória (ES). E no dia 18, em Brasília. Vamos mostrar as oportunidades de cada região. Pretendemos anunciar algumas alianças estratégicas para que possamos viabilizar esse tipo de abordagem [de ecossistemas energéticos]. Esperamos também, nos próximos dias, anunciar qual o primeiro ecossistema regional que iremos fazer.
Quais são as áreas que despertam interesse na Oferta Permanente?
Como ainda temos que passar pelo leilão, ainda não podemos precisar exatamente. Mas, como disse anteriormente, estamos olhando as bacias que já têm produção consolidada, como são as do Nordeste e do Espírito Santo, e também as bacias de fronteira, como a do Paraná e de Parecis – que ainda está em estudo para entrar na Oferta Permanente.
Já as bacias do Paraná, do Nordeste e do Espírito Santo têm áreas dentro da Oferta Permanente. Então, estamos estudando todas essas regiões para escolher alguns ativos que estejam ao nosso alcance.
Então, vocês participarão da próxima rodada dentro dessa modalidade de licitação?
A nossa ideia é participar da Segunda Rodada da Oferta Permanente e arrematar as áreas que terão a matéria-prima. Assim, poderemos alimentar os projetos dos ecossistemas que pretendemos construir.
Em paralelo, além de contar com nossas próprias áreas, vamos buscar recursos de óleo e gás em áreas que já estão em operação na mão de novos operadores, após o desinvestimentos da Petrobrás. Vamos colocar projetos que serão consumidores de óleo e gás desses demais produtores.
A EnP é uma empresa aberta às parcerias e que vai privilegiar os investidores locais. Ou seja, quando formos atuar em determinado estado, queremos que as oportunidades sejam oferecidas primeiro para os investidores que estão instalados naquela região.
Por fim, gostaria de aproveitar a oportunidade e pedir que compartilhe conosco a sua opinião sobre a recente crise no preço do petróleo.
Essas crises já aconteceram várias vezes ao longo da história. Em 2008, o óleo Brent chegou a US$ 147 por barril, mas quando tivemos o estouro do Lehman Brothers, o valor caiu para US$ 27 por barril. Então, existem alguns momentos de crise. Vivemos em uma economia interconectada. As coisas reverberam cada vez mais nas redes sociais. Acompanhamos as bolsas da Ásia na parte da noite [aqui no Brasil], vendo a tendência do mercado para o dia seguinte.
Acho que vamos achar um ponto de equilíbrio, porque um preço extremamente baixo de petróleo não é bom para ninguém. A dúvida é quanto tempo vai demorar essa crise. Mas eu acredito que não levará muitos meses para que voltemos a uma situação de equilíbrio, com um preço sustentável para a economia mundial.
Parabéns Márcio! Que ideia criativa e inovadora. Sucesso para EnP, estarei acompanhando.
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Parabéns pela iniciativa, o setor onshore e muitos profissionais qualificados, agradecem a promessa de alavanca o setor novamente.
Parabéns pela iniciativa e necessário e muito importante reativar as atividades de perfuração terrestre no nordeste, principalmente aqui na Bacia Potiguar ainda tem muito a se fazer e muito para explorar ainda. Desejo Sucesso em esta empreitada.