MARINHA BRASILEIRA AUMENTA A VIGILÂNCIA COM O AUMENTO DOS ATAQUES DE PIRATAS A NAVIOS EM TODO MUNDO
O problema dos ataques a embarcações marítimas nos oceanos ainda está longe de terminar. Segundo o relatório anual sobre pirataria da Agência Marítima Internacional, só no ano passado foram registados 201 ataques contra os 180 ocorridos em 2017. Na África Ocidental, os ataques feitos nas águas entre a Costa do Marfim e a República Democrática do Congo mais do que duplicaram. Seis sequestros de navios com pedidos de resgate foram registados nesta zona, onde houve ainda 13 dos 18 casos de disparos sobre barcos. Dos 141 reféns, foram pedidos resgates para 130. A agência registou um aumento da violência na região durante o último trimestre de 2018, com navios atacados e tripulações sequestradas e levadas para a Nigéria, onde foram mantidas como prisioneiras à espera do pagamento de resgates.
Apesar de não ser um dos principais pontos onde ocorre a pirataria marítima, a América do Sul também foi afetada por este fenômeno. Concentrado em países como Brasil, Peru, Uruguai, Colômbia, Jamaica e Venezuela, os ataques são realizados quando os navios estão ancorando e durante o transporte realizado nos rios, sendo os principais alvos os navios petroleiros, os navios que carregam contêineres e as balsas que fazem o transporte de mercadorias pelas hidrovias da região. Desde 2003, os ataques no porto de Kingston na Jamaica tornaram-se violentos e frequentes. Isso fez com que o IMB (International Maritime Bureau) a considerasse este local como um dos principais pontos das ações dos piratas no mundo.
Existem registros de ações dos piratas no Suriname e na Guiana, os alvos normalmente são os navios pescadores e vale destacar que os ataques realizados nesta região são extremamente violentos. Na costa entre a Venezuela e a Colômbia os principais alvos são os iates, que são abordados ao ancorar, principalmente nos portos de Maracaíbo, Cartagena e Barranquilla. Em função disso, passou a ser fundamental o aumento de segurança na costa brasileira, onde a Marinha faz um patrulhamento constante de apoio à navegação de cabotagem. Neste aspecto, as novas corvetas que estão sendo licitadas e os submarinos em construção serão fundamentais para o patrulhamento do que a Marinha chama de Amazônia Azul.
Com sede em Kuala Lumpur, na Malásia, o IMB é uma agência tem como missão a luta contra os crimes marítimos. “Há uma necessidade urgente de reforçar a cooperação e a partilha de informações entre os países do Golfo da Guiné para levar a cabo ações eficazes contra os piratas”, disse o porta-voz da agência. Durante este período há registos de 41 raptos ao largo da Nigéria. O Golfo da Guiné é agora mais afetado pela pirataria do que o Golfo de Aden, área marítima entre a Somália e a Península Arábica, há muito uma das principais zonas de atuação dos piratas em África. O crescimento da pirataria no Golfo da Guiné, que abrange os dois principais países produtores de petróleo em África – Nigéria e Angola – perturba as rotas marítimas internacionais e custa milhões de dólares à economia mundial. Os 17 países da região tentam há anos combater este fenómeno através do reforço dos meios de intervenção e da cooperação, nomeadamente com os Estados Unidos e a França.
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