MARINHA SE REUNE COM A CHEVRON POR CAUSA DO VAZAMENDO DE ÓLEO
Aumentou a área da mancha de óleo no campo de Frade, na Bacia de Campos, informou a Marinha do Brasil. De acordo com o Comando de Operações Navais, a mancha ficou menos densa devido ao efeito do vento e da maré. Uma comissão da Marinha se reuniu no prédio da Chevron na Avenida República do Chile, com executivos da petrolífera responsável pelo vazamento. O resultado da reunião não foi divulgado. Pela estimativa da Chevron, não confirmada pelo governo, o volume de óleo vazado foi em torno de 400 a 650 barris. Mas um geólogo da ONG SkyTruth calcula que vazamento supere os 3 mil barris de óleo e a ANP estima que tenham vazado 1 mil barris de petróleo. Na sexta-feira, uma comissão emergencial formada por representantes da Marinha, da Agência Nacional de Petróleo (ANP) e do Ibama deve voltar a sobrevoar a região do vazamento. Isso não é feito desde segunda-feira devido ao mau tempo para vôo. A Chevron ainda não se pronunciou de forma mais detalhada sobre a abertura de inquérito da Polícia Federal para investigar negligência no vazamento, iniciado há uma semana no campo de Frade. O delegado federal Fábio Scliar, chefe da Delegacia de Meio Ambiente, disse que decidiu abrir inquérito para verificar a responsabilidade e eventual negligência dos responsáveis pela produção da companhia. Scliar viu divergências entre o que a empresa diz ter feito e o que foi observado no local. A Polícia Federal fez inspeção na terça-feira no local do vazamento. Os funcionários da plataforma informaram que não há previsão para o fim do vazamento. E a fenda aberta no solo tem de 280 metros a 300 metros de extensão. Segundo o delegado da PF, se comprovada culpa dos operadores da plataforma, tanto os responsáveis diretos, como a própria Chevron, poderão ser indiciados por crime de poluição que prevê várias penalidades, entre elas prisão de um ano a cinco anos. A Agência Nacional do Petróleo (ANP) abriu um processo administrativo para investigar as causas do acidente e informou, em nota, que poderá aplicar “medidas cabíveis” com base na legislação em vigor. A ANP informou que mancha de óleo está se dispersando para longe do litoral brasileiro e que isso “gera um aumento da superfície de mancha, com menor densidade de óleo”. E ainda que a diluição “é resultado do trabalho de dispersão mecânica realizada por navios que se encontram no local e por condições climáticas”. Dos 18 navios que estão operando na área para conter o vazamento, dez foram cedidos pela Petrobras, Statoil, BP, Repsol e Shell e oito são da Chevron. O Ibama confirmou em nota que vai autuar a Chevron em valor proporcional ao dano causado ao meio ambiente. O campo Frade fica a 370 quilômetros a Nordeste da costa do Estado do Rio, a cerca de 1.200 metros de profundidade, e produz diariamente cerca de 79 mil barris de petróleo. O vazamento na Bacia de Campos, começou um dia antes da passeata que mobilizou o estado do Rio em torno da situação dos royalties. Desde o último dia 10, quando foi confirmada a existência de uma mancha de óleo no local estima-se que tenha jorrado um volume entre 400 e 650 barris por dia no mar da região, que fica a 370 quilômetros a nordeste do Rio de Janeiro. Na segunda-feira, a mancha chegou a ter uma área de 163 quilômetros quadrados. O motivo do vazamento ainda está sendo investigado. Mas, segundo a companhia, as inspeções feitas no local mostram que o vazamento não estaria relacionado às atividades de produção, por isso o campo continua produzindo normalmente. Apenas as atividades de perfuração de poços vizinhos foram paralisadas, já que a origem do petróleo seria uma falha na superfície do fundo do mar, que ficaria próxima a um ponto de perfuração.
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