MARINHA REALIZA CERIMÔNIA DE BATIMENTO DE QUILHA E ACELERA A CONSTRUÇÃO DO NOVO NAVIO POLAR BRASILEIRO
A Marinha do Brasil deu hoje (17) mais um importante passo na construção do Navio Polar “Almirante Saldanha” ao realizar a tradicional Cerimônia de Batimento de Quilha da embarcação, no Estaleiro Jurong Aracruz (ES). Marco na construção de um navio, o batimento de quilha ocorre quando a quilha, considerada a “espinha dorsal” da embarcação, é concluída, possibilitando a estruturação das demais partes que comporão o navio. Reunindo o que há de mais avançado em tecnologia naval, o modelo construtivo do “Almirante Saldanha” prevê a produção de blocos, que serão construídos separadamente e, posteriormente, serão unidos para dar forma ao navio. Dessa maneira, é possível instalar acessórios e fundações de forma antecipada, além de facilitar a colocação de equipamentos a bordo e permitir trabalhos em diversos estágios de maneira segregada em cada unidade.
Durante a cerimônia, o batimento da quilha foi simbolizado pelo posicionamento do bloco correspondente à praça de máquinas auxiliar da parte frontal da embarcação e pela colocação de uma moeda comemorativa na estrutura, seguindo antigas tradições. O bloco posicionado é uma estrutura metálica com aproximadamente 100 toneladas, onde serão instalados equipamentos dos sistemas de climatização e refrigeração, bombas do sistema de combate a incêndio, estruturas do tratamento de água e esgoto, além de bombas de transferência de combustível. As próximas etapas serão a edificação do bloco que compõe a praça de máquinas de trás do navio e o posterior posicionamento dos equipamentos de geração elétrica e propulsão.
O Navio Polar – Conduzido desde 2019 pela Marinha, executado pela Polar 1 e gerenciado pela Empresa Gerencial de Projetos Navais (EMGEPRON), culminará com a construção, pela primeira vez no Brasil, de um navio com capacidade de operar nas águas geladas da região Antártica. A entrega do “Almirante Saldanha” está prevista para o segundo semestre de 2025. O navio terá cerca de 103 metros de comprimento, hangar para 2 aeronaves de porte médio, autonomia de 70 dias e tripulação de 95 pessoas, incluindo 26 pesquisadores. Na fase de construção já foram gerados 600 empregos diretos e 6 mil indiretos, além do fomento à indústria naval brasileira e à base tecnológica nacional.
A construção do Navio Polar faz parte do Programa de Obtenção de Meios Hidroceanográficos e de Apoio Antártico (PROHIDRO), que prevê a obtenção de navios hidroceanográficos a serem empregados na Amazônia Azul e em águas polares para que a Marinha brasileira possa cumprir as suas atribuições referentes às atividades hidrográficas, oceanográficas, meteorológicas, cartográficas e de sinalização náutica, garantindo o suporte à aplicação do Poder Naval, além da prestação de apoio de transporte e logística da Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF). Entre os ganhos esperados com a iniciativa estão o aprimoramento na coleta e acurácia de dados geoespaciais marinhos nas águas jurisdicionais brasileiras e nas águas internacionais de interesse do País, a melhoria na eficácia dos auxílios à navegação e o apoio à pesquisa nacional no ambiente marinho.
As inovações do “Almirante Saldanha” desempenharão as mesmas atividades que o Navio de Apoio Oceanográfico “Ary Rongel”, porém com capacidades aperfeiçoadas. Nesse sentido, possibilitará: redução do tempo necessário para o reabastecimento da EACF, com a inclusão de guindastes modernos e de maior capacidade de carga e manobra ao novo navio; maior segurança na aproximação do navio com a praia, para desembarque de material e de pessoal, em função dos sofisticados sistemas de navegação e de controles; e a ampliação da área passível de ser visitada pelos pesquisadores, incluindo as regiões oceânicas e terrestres.
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