MARINHA SUECA ACREDITA EM SABOTAGEM NA EXPLOSÃO DO NORD STREAM E MACRON NÃO QUER NOVO GASODUTO VINDO DA ESPANHA

O presidente francês Emmanuel Macron disse que seu governo não apoiará a ideia de construir um novo gasoduto para bombear gás natural entre a Península Ibérica e o resto da Europa, apesar da crise energética do continente. Durante a guerra na Ucrânia, os países da União Europeia lutaram para encontrar um consenso sobre como afastar o bloco de sua dependência do gás russo. A Espanha está pressionando para construir outro gasoduto maior para a França, um plano ao qual o chanceler alemão Olaf Scholz reiterou seu apoio na quarta-feira. Macron disse antes de uma reunião de países europeus em Praga, ontem (6), que os oleodutos existentes entre a Espanha e a França estavam sendo usados apenas em 50% a 60% de sua capacidade no momento. “O que a Europa precisa nos próximos anos? Produzir mais eletricidade em seu solo e ter uma estratégia renovável e energia nuclear”, disse o líder francês. O novo gasoduto precisaria de cinco a oito anos para ser construído, disse Macron, sugerindo que a França não quer importar grandes quantidades de gás a longo prazo.

Enquanto isso, uma investigação sueca sobre os vazamentos nos gasodutos russos Nord Stream 1 e 2 sob o Mar Báltico, encontrou evidências de que detonações causaram danos extensos, reforçando as suspeitas de “grave sabotagem”. O Serviço de Segurança da Suécia disse que apreendeu algumas evidências do que causou as rupturas nos gasodutos, mas não forneceu detalhes. As autoridades notaram os vazamentos nos oleodutos entre a Suécia e a Dinamarca depois que explosões foram registradas na área. Os dois países suspeitam que explosivos foram usados para sabotar os dutos que transportam gás natural para a Alemanha depois que altos níveis de metano foram detectados.

No momento das rupturas, as tubulações não transportavam gás, mas alguns resíduos permaneceram nas linhas. O incidente desencadeou uma nova rodada de tensão entre Washington e Moscou sobre a guerra na Ucrânia. A Rússia acusou os Estados Unidos de sabotar as linhas, dizendo que Washington e seus aliados tinham mais a ganhar ao restringir o fornecimento de energia para a Europa, o que os americanos negam. A investigação sobre os vazamentos pela Guarda Costeira e pela Marinha da Suécia envolveu veículos não tripulados, porque os tubos estão na água a cerca de 70 metros de profundidade. A Europa recebeu até 40% de seu gás da Rússia antes da invasão da Ucrânia em fevereiro deste ano, mas agora está enfrentando uma crise de energia neste inverno, depois que Moscou determinou o corte no fornecimento.