MAXEN E MERCOTUBOS SÃO AS NOVAS VÍTIMAS DA CRISE DO PETRÓLEO E ENTRAM EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL
A crise do petróleo e de corrupção na Petrobrás levou mais duas empresas brasileiras a pedirem recuperação judicial. Agora as vítimas são a Maxen e a Mercotubos, sediadas na cidade de Atibaia, em São Paulo. A Justiça aprovou o pedido nesta semana e os diretores das duas empresas negociam a transferência das atividades para a planta da Mercotubos, com o intuito de reduzir custos e enxugar as estruturas, para poderem pagar as dívidas acumuladas nos últimos meses.
No dia 13 de janeiro, a Maxen chegou a demitir 200 funcionários, depois de ter dispensado outros 115 no mês de dezembro, mas até agora há valores em atraso devidos aos trabalhadores, que fizeram uma manifestação em frente à sede da empresa nesta semana, queimando pneus e gritando palavras de ordem.
Um executivo da Mercotubos se reuniu com um grupo de trabalhadores que reivindicavam seus direitos e explicou a situação delicada das empresas, que buscam se adequar à realidade mais complicada do mercado e manter as operações no ritmo que for possível, ao mesmo tempo em que equacionam os pagamentos atrasados. Além disso, reforçou a importância de que eles dialoguem também com a diretoria da Maxen diretamente.
“Tem que falar com quem é o dono da caneta. Com certeza hoje ele não poderá assinar nada, mas assim vocês vão conversar com alguém que sabe explicar o que está acontecendo. Vocês vão receber. Agora, se vai ser mês que vem, daqui a seis meses ou em mais tempo, eu não sei. O que eu sei é que dentro da recuperação tem um trâmite a ser seguido e que a Mercotubos está funcionando – o que é importante para todo mundo, inclusive para o juiz, porque se não tiver atividade, ele pode tomar a decisão de falir a empresa. Por isso é importante ela continuar funcionando. A lei dá amparo para pagamento de trabalhadores, mas isso tem que ser dentro de um crivo determinado pela justiça”, afirmou o executivo em conversa com os trabalhadores, registrada por um deles em um vídeo a que o Petronotícias teve acesso.
Na mesma gravação, o executivo fala sobre a possibilidade de concentração das atividades na unidade da Mercotubos, de forma a evitar gastos extras com aluguel da área ocupada pela Maxen.
“Tem que chegar pro juiz e falar: ‘eu pago R$ 200 mil de aluguel aqui. Vou mudar tudo pra Mercotubos, onde já pago aluguel, tirar as máquinas e equipamentos e levar pra lá’”.
As empresas fornecem tubo, conexões e soluções integradas para o mercado de óleo e gás nacional, tendo passado por uma espécie de fusão em 2011, mas acabaram se dividindo novamente recentemente, ainda com alguns pontos de atividade em comum.
A Maxen chegou a faturar uma média de R$ 200 milhões anuais e tinha grandes planos de expansão antes da crise, quando abriu uma unidade no município de Escada, em Pernambuco, após investimentos de mais de R$ 30 milhões, para atender à RNEST, ao Suape e as futuras refinarias Premium da Petrobrás, que acabaram canceladas dos planos da estatal.
Em 2012, a empresa pretendia investir de R$ 30 a R$ 40 milhões numa nova fábrica no Rio de Janeiro, com o intuito de atender à demanda do Comperj, da Reduc e do terminal de Cabiúnas, principalmente, mas o projeto acabou não sendo levado adiante, e desde 2014 a situação começou a ficar complicada.
Agora, com a recuperação judicial aprovada pela Justiça de São Paulo, a expectativa é conseguir reordenar a empresa para a nova realidade do setor de óleo e gás brasileiro, com menos projetos em vista e com uma demanda bastante reduzida, por conta da situação vivida pela Petrobrás e pelos demais clientes, fortemente afetados pela crise nacional, pelos desmandos na estatal e pela drástica queda no preço do barril de petróleo.
Gostaria de saber quantas e quais empresas, além destas deste artigo, entraram em recuperação em virtude da crise do petróleo e de corrupção na Petrobrás (ou pelo menos, a relação de todas as empresas que já foram objeto de artigo semelhante da Petronoticias).
Agradecendo e parabenizando a publicação, envio sds.
Atenciosamente,
Andrade