MECANISMO DE REALOCAÇÃO DE ENERGIA DAS HIDRELÉTRICAS REGISTRA DÉFICIT DE R$ 16,1 BILHÕES

Um estudo realizado pela comercializadora Comerc apontou que o déficit no Mecanismo de Realocação de Energia (MRE) das hidrelétricas com a compra de energia no curto prazo acumulado neste ano foi de R$ 16,1 bilhões, sendo R$ 9,6 bilhões apenas no terceiro trimestre. O motivo para a existência do MRE são as diferenças hidrológicas entre as regiões e os períodos secos e úmidos não coincidentes, além do fato de várias usinas estarem alocadas no mesmo rio, em cascata. Para otimizar a geração, nem sempre a usina deve gerar seu máximo.

Caso a produção total de energia elétrica seja maior que a garantia física total do MRE, as usinas recebem uma parte do excedente, chamado Energia Secundária, que é alocada em todas as usinas, na proporção de suas garantias físicas. Quando não há Energia Secundária, ou seja, a produção total de energia elétrica é inferior à garantia física total, ocorre o Ajuste do MRE.

Normalmente, o MRE realoca a energia entre os integrantes, transferindo o excedente dos que geraram além de suas garantias físicas para os que geram abaixo. Em 2014, no entanto, o valor total da produção de energia elétrica está abaixo da garantia física e, em virtude disso, as geradoras ficam expostas ao mercado de curto prazo, cujas exposições são valoradas ao Preço de Liquidação das Diferenças (PLD).