MENDES JÚNIOR PRETENDE INVESTIR ATÉ R$ 1 BILHÃO EM ESTALEIRO PARA SETOR DE ÓLEO E GÁS
A Mendes Júnior comemorou recentemente um novo contrato, em parceria com a OSX, para fazer a integração de dois FPSOs replicantes para a Petrobrás e acredita que o negócio marca um novo momento da empresa no segmento offshore. De olho na expansão deste setor no Brasil, a companhia já está procurando um local para montar seu primeiro estaleiro, que deve ser definido até 2013. O Vice-Presidente de Mercado da Mendes Júnior, Sérgio Cunha Mendes, conversou com o repórter Daniel Fraiha por email e contou que precisam de uma área de 350 mil a 400 mil metros quadrados para tornar real o empreendimento, cujo investimento previsto vai de R$ 800 milhões a R$ 1 bilhão.
O que representou para a Mendes Júnior o contrato dos replicantes que fará em parceria com a OSX?
O contrato marca o retorno da empresa ao mercado de offshore, no qual fomos um dos pioneiros com a construção das primeiras plataformas no país, na década de 70. Representa um importante passo para consolidar nossa presença no setor de óleo e gás, particularmente no programa do pré-sal, e é estratégico, em razão das possibilidades que vislumbramos para os próximos 20 anos. Nosso propósito é atuar fortemente no programa de exploração de petróleo em alto mar.
Quais são os principais projetos da empresa na área de óleo e gás atualmente?
A empresa está atuando em projetos onshore na Replan e Repar e estamos finalizando o Terminal Aquaviário de Barra do Riacho, no Espírito Santo. No Rio de Janeiro estamos atuando no Tebig e no Comperj.
Como a empresa vê o mercado de óleo e gás no Brasil?
É um dos segmentos que apresenta excelentes perspectivas de crescimento nos próximos anos. Nossa expectativa está relacionada ao plano de investimentos da Petrobrás, principal cliente neste setor.
Quanto o setor representa no faturamento da Mendes Júnior?
Sua participação nos negócios da empresa está crescendo e há potencial para avançar. No ano passado, essa participação ficou em 70% da receita. A empresa, além do segmento de óleo e gás, tem como linhas de atuação os negócios industriais e relacionados à infraestrutura em geral.
Essa participação do setor petrolífero na receita da companhia tem crescido nos últimos anos? Em que medida?
Sim. Passou de 60% da receita obtida em 2010 para 70% em 2011.
O que acharam do plano de negócios da Petrobrás?
A Petrobrás tem um programa arrojado e com foco principalmente no segmento de pré-sal. Como fornecedores, esperamos que a empresa possa dar o ritmo adequado aos investimentos. A engenharia brasileira está pronta para responder aos desafios do setor e tem plenas condições de atender às demandas. A Mendes Júnior, por sua expertise e tecnologia desenvolvidas ao longo de quase 60 anos de atuação, tem condições e almeja alcançar uma presença significativa no programa de exploração.
Como está o projeto do estaleiro de vocês? Onde deve ficar? Qual será o investimento envolvido? Como será financiado? Quando deve iniciar a construção e quando deve entrar em operação? Será voltado para a construção de que tipos de embarcação?
No momento, estamos à procura de um local para a construção de nosso próprio estaleiro. Para isso, desenvolvemos negociações em alguns estados – Espírito Santo, Pernambuco, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Nosso objetivo é definir a localização até 2013. No estaleiro poderemos produzir plataformas para atender especialmente a Petrobras, mas também outros clientes que demandem plataformas em cascos de navios. Vamos necessitar de uma área de 350 mil a 400 mil metros quadrados para o estaleiro, que exigirá um investimento entre R$ 800 milhões e R$ 1 bilhão. Certamente serão envolvidos recursos de organismos financeiros.
A empresa tem tido dificuldade para encontrar mão de obra qualificada no setor?
O setor de engenharia, de uma forma geral, apresenta significativo déficit de profissionais que possam apresentar competências ajustadas às novas realidades de negócios. Isso também acontece no segmento de óleo e gás. Nosso desafio é formar uma equipe forte e comprometida com os valores e a sustentabilidade da Mendes Júnior e, por esta razão, damos prioridade à contratação de profissionais qualificados e que possam apresentar alta performance. Da mesma forma, nossos colaboradores participam de treinamentos e programas que visam aperfeiçoar suas competências, o que contribui para a construção e difusão do conceito de Inteligência Coletiva, segundo o qual é essencial compartilhar as competências, para alcançar melhor resultado.
Quais são as expectativas para o fechamento do ano? E para os próximos anos?
Ainda não temos os números, mas nossa expectativa é positiva. Estamos otimistas não apenas com as perspectivas relacionadas ao programa do pré-sal, mas também em relação ao Programa de Investimento em Logística do Governo Federal, baseado em concessões.
Qual deve ser o faturamento da empresa em 2012 e qual foi em 2011?
Preferimos não divulgar previsões. Em 2011, nossa receita foi R$ 1,35 bilhão.
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