MERCADO BRASILEIRO DE PCHs TEM POTENCIAL DE CRESCER 30% E RECEBER R$ 15 BILHÕES EM INVESTIMENTOS
O mercado de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs) do Brasil está fechando o balanço de 2021 com um potencial para crescer 30% nos próximos 3 anos sobre o parque gerador instalado atualmente, saindo de 6.256MW (5.440MW de PCHs e 816MW de CGHs) para 8.132MW. Isso equivale a 1.877 MW de novas usinas, investimento de mais de R$ 15 bilhões, com a geração de mais de 150.000 empregos e atendimento ao consumo de mais de 4,5 milhões de residências.
De acordo com a Associação Brasileira de PCHs e CGHs (ABRAPCH), o caminho para chegar a esse montante envolve a resolução dos entraves que travam a aprovação ambiental, encarecem artificialmente as PCHs e CGHs e as limita a volumes irrisórios para contratação em leilões regulados. Além disso, a entidade pede o nivelamento da carga fiscal da cadeia produtiva das pequenas hidrelétricas, que não desfrutam dos R$ 124 bilhões de isenções dadas atualmente para a indústria do petróleo, e é de 38% a 55% superior às das cadeias produtivas das eólicas e solares que tem conteúdo importado entre 20% e 80% (as PCHs e CGHs são 100% nacionais).
“Não é possível que no Brasil, o processo de licenciamento de pequenas hidrelétricas 100% renováveis, de baixo impacto ambiental (a maioria deles reversíveis e/ou compensáveis), demore mais de 12 anos, enquanto a aprovação de térmicas fósseis gigantes, de danos ambientais infinitamente superiores e irreversíveis ocorra entre 1 e 2 anos e com baixíssimas exigências de compensação. É preciso ‘descomplicar’ o licenciamento ambiental das pequenas hidrelétricas”, disse o presidente da ABRAPCH, Paulo Arbex.
No país, estão em construção hoje 30 PCHs e 5 CGHs, com 24.439 e 1.336 novos empregos respectivamente. As PCHs estão recebendo investimento de R$ 3,2 bilhões e vão atender 1.018.293 residências com geração de 407 MW de energia. No caso das CGHs o investimento é de R$ 116,9 milhões. Os estados com maior potencial de instalação de novos projetos são GO, MG, PR, MT, SC, RS, SP, MS, BA, PA e RJ.
A ABRAPCH calcula que no longo prazo, o Brasil tem potencial para construir 213 novas CGHs e capacidade de gerar 846 MW, e 1.048 PCHs com capacidade geradora de 13.750 MW de energia, com obras totalmente nacionais, tanto em construção como em tecnologia. Viabilizados de uma vez esses projetos gerariam no país mais de 1 milhão de novos empregos, mais de R$ 110 bilhões de investimentos e energia suficiente para abastecer mais de 42 milhões de residências.
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