MERCADO DE RADIOISÓTOPOS NO BRASIL VAI MUDAR RADICALMENTE DEPOIS DA QUEBRA DE MONOPÓLIO DO SETOR NO BRASIL

Depois da promulgação da Emenda Constitucional 118, que tratava da quebra de monopólio na produção de todos os tipos de radioisótopos de uso médico, são esperadas algumas mudanças no mercado.  Até então, o monopólio pertencia à União. A produção e a comercialização desses fármacos são realizadas por intermédio da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), por meio do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), em São Paulo. Mas é bom dizer que a quebra do monopólio se dá apenas aos materiais radioativos de uso médico. O monopólio estatal continua para a produção de radioisótopos necessários à agricultura e indústria. Ainda assim haverá uma mudança neste mercado.

Há muito tempo o setor de produção de Radiofármacos no Brasil esperava esta mudança. Durante a pandemia, muitos voos de cargas de vários países foram cancelados, provocando uma sensação de instabilidade na produção do medicamentos para os diagnósticos e tratamento de câncer, principalmente. O Brasil é um grande importador de Molibdênio 99 e do Iodo 131 da Rússia, África do Sul e Holanda. Com a suspensão de voos destes países, foi um Deus nos acuda para o mercado.

A emenda à Constituição que foi promulgada será vital  para garantir a universalização da oferta de procedimentos de medicina nuclear a todo território nacional, por meio da autorização de entes privados para produzir, sob regime de permissão, comercializar e utilizar para pesquisas e uso médicos os radioisótopos de meia-vida superior à duas horas. A quebra do monopólio se dá apenas aos materiais radioativos de uso médico. O monopólio estatal continua para a produção de radioisótopos necessários à agricultura e indústria. Para lembrar, os radioisótopos são substâncias que emitem radiação e são usadas no diagnóstico e no tratamento de diversas doenças, principalmente o câncer. O radiofármaco é uma substância radioativa que, quando injetada no paciente para fazer o exame, permite uma qualidade de imagem muito mais precisa. Possibilita que diagnósticos e tratamento do câncer, diagnósticos cardíacos, diagnósticos da tireoide e outros possam ser analisados e verificados de forma mais precoce.

Na agricultura, os isótopos radioativos são aplicados aos adubos e fertilizantes a fim de estudar a capacidade de absorção desses compostos pelas plantas. Na indústria, esses elementos são utilizados na conservação de alimentos, no estudo da depreciação de materiais, na esterilização de objetos cirúrgicos e na detecção de vazamentos em oleodutos.