MERCADO DO PETRÓLEO CONTINUA MERGULHADO NUMA CRISE DE PREÇOS E AINDA NÃO SE RECUPERA
O petróleo continua ampliando perdas nesta terça-feira de feriado no Brasil, mas dia de mercado aberto no mundo. O dia de ontem (20), com preços negativos, vai ficar marcado na história diante da forte crise no setor, que repercute o pânico com recuos na demanda e e estoques lotados nos Estados Unidos, sem espaço para armazenamento. Hoje pela manhã, o contrato do petróleo WTI ( Estados Unidos) para junho, caia quase 29%, sendo comercializado a US$ 14,65, o barril. Em Londres, os contratos de petróleo Brent ( Europa e Ásia) para o mesmo mês despencavam 22,45%, negociado a US$ 19,86, o barril. É o reflexo da falta de demanda. Já o contrato do WTI para maio, que ontem protagonizou a inusitada queda de 305,9% na Bolsa de Nova York, expira nesta terça-feira(21) e sobe 96,07%, mas segue no território negativo, em -US$ 1,48 o barril
O preço negativo, inédito na história, reflete a forte crise na atividade econômica e o excesso de estoques do produto provocado pela pandemia do novo coronavírus. No mercado futuro, o investidor coloca dinheiro em títulos de empresas petroleiras com a garantia de que, em poucos meses, vai poder receber o petróleo pelo qual pagou. Se a commodity estiver em alta, esse investidor pode revender o título a terceiros a um valor mais alto do que pagou inicialmente por ele. Ontem os investidores não só não acharam novos interessados como também preferiram morrer com o título na mão, em vez de resgatar o petróleo pelo qual teriam direito. Do contrário, precisariam arcar com prejuízo ainda maior por conta do custo extra de armazenamento.
O mercado futuro deve conviver por mais quatro meses com a desvalorização da commodity e, até mesmo, com a negociação de novos contratos a preços negativos, acreditam os especialistas americanos. Os americanos estão provando o veneno que desenvolveram ao reduzir os custos de produção e encher o mercado de petróleo, gerando um desequilíbrio entre oferta e demanda, além de encher todos os seus reservatórios com petróleo mais barato. Achina, por sua vez, também contribui com a queda da cotação do petróleo porque aumentou a importação no mês passado para ampliar seu estoque e a expectativa é que não volte às compras no mês que vem. O acordo anunciado há cerca de duas semanas pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) – para cortar a produção em 9,7 milhões de barris por dia, foi insuficiente para elevar os preços do barril. A própria Opep admite que a demanda pelo produto deve cair em 6,8 milhões de barris por dia até o fim do ano.
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