MERCADO DO PETRÓLEO FLUTUA DEPOIS DA DECISÃO DA OPEP+ DE CORTAR SUA PRODUÇÃO EM 100 MIL BARRIS DIÁRIOS

O mercado internacional do petróleo ainda segue muito sensível às notícias e ao que acontece em todo mundo. Um exemplo disso é o comportamento dos membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), que decidiram na reunião de ontem (5) cortar a produção em 100 mil barris diários. É o primeiro corte anunciado pelo grupo em cerca de um ano. Decisão ocorre em meio a temores de uma recessão global em um momento em que o Irã poderá ser autorizado a voltar ao mercado, caso concorde com um novo acordo nuclear com os Estados Unidos, Alemanha, França e Reino Unidos, líderes na Europa.

A desaceleração econômica, que já derrubou os preços do Brent em 25% nos últimos três meses, é o motor dessa decisão.  A Rússia ainda se opõe a uma redução na produção da Opep e a Arábia Saudita defende o corte após os preços caírem pelo terceiro mês consecutivo em agosto. A Rússia estaria preocupada com a possibilidade de que um corte na produção sinalize que a oferta global de petróleo é maior que a demanda, enfraquecendo sua influência nas negociações de energia. Depois da guerra entre a Rússia e a Ucrânia, os preços já subiram para um nível acima de US$ 100, mas a recente queda fez com que a organização e seus aliados optassem por uma redução na produção. O pequeno corte irá reverter o aumento de 100 mil barris prometido pela Opep+ ao presidente americano Joe Biden no mês passado, quando ele visitou a Arábia Saudita. O aumento prometido a Biden teria como objetivo ajudar os Estados Unidos a controlarem a alta da inflação.

Os preços do petróleo também sofrem influência pelos temores gerados pela crise energética na Europa, reforçados pelos cortes no fornecimento de gás pela russa Gazprom. A interrupção  indefinida de gás, alimentou uma alta de 25% nos preços do gás natural TTF – referência para os preços praticados na Europa – e pressionou os mercados europeus diante de um agravamento da crise energética.