MERCADO SOFRE COM FALTA DE MÃO-DE-OBRA NO NORTE E NORDESTE DO PAÍS

“O Brasil precisa de investimentos produtivos em infraestrutura e investimento maciço em educação. Por que só o setor industrial é beneficiado enquanto os outros parecem não fazer parte deste nosso Brasil?”, é o que pensa o diretor da IMC Saste, empresa brasileira que comemora 20 anos de existência e presta serviços para a Petrobrás em todas as regiões do país. A companhia que se diz prezar pela agilidade e honestidade de serviço está com a agenda lotada e atua em seis segmentos que tem atraído mão-de-obra especializada para além do território nacional. Em conversa com o repórter Estephano Sant’Anna, o sócio administrador da IMC Saste, Sérgio Salomão, falou desde o pacote econômico lançado pela presidente do Brasil ao avanço da empresa no mercado estrangeiro.

Qual o trabalho que a IMC Saste realiza e a quanto tempo atua no mercado?

Em 2012 completamos 20 anos de existência. Atuamos na Construção Civil, Montagem Industrial, Facilities, Movimentação, Controle e Armazenamento de Cargas, Locação de equipamentos e Apoio Técnico e Administrativo. Nossa atuação tem abrangência nacional e cremos que somos um dos únicos fornecedores do Sistema Petrobrás, que atua em praticamente todos os Estados e territórios brasileiros onde temos a presença do Sistema Petrobrás.

Quando foi que a IMC se ligou com a Saste?

A aquisição da IMC pela Saste ocorreu em 2005, pelo fato do antigo proprietário da IMC já não mais estar interessado no tipo de negócio. Eu queria expansão e ele queria acomodação. Unimos os dois desejos. Foi bom para ambos.

Como você vê o mercado de óleo e gás no Brasil?

Sempre com otimismo, pois é um mercado em ascensão. Em determinados momentos ocorre uma demanda bastante acentuada de serviços e em outros momentos um redução dessa demanda. Neste momento posso afirmar que existe uma demanda acentuada fazendo com que os salários dos profissionais estejam, em minha opinião, totalmente fora de nossa realidade.

Vocês ainda fazem serviços de locação para a Petrobrás?

Fazemos locações tanto de equipamentos pesados (guindastes, caminhões, empilhadeiras, etc) quando de veículos leves. Dispomos também, de equipamentos pesados para prestar serviços nas obras que executamos.

O que vocês estão fazendo, hoje, em ligação com a estatal?

Neste momento, estamos em três sites trabalhando com a Petrobrás. O mais emblemático e problemático é aquele prestado no interior do Estado do Amazonas, mais especificamente na Província Petrolífera de Coari (Urucu), onde fazemos serviços de terraplanagem para preparação da área para o recebimento das sondas. Somos responsáveis por administrar os diversos Pátios de Tubos da Petrobrás, no Complexo do Comperj em três municípios do Rio (Itaboraí, Mauá e Campos Elíseos). Assinamos contrato para o Terminal de Cabiúnas, em Macaé. Operamos também os Pátios de Guararema e Alemoa em Santos, São Paulo.

Como você vê o último pacote econômico lançado por Dilma Rousseff?    

Sinto que acabei de assistir a mais um movimento do governo brasileiro privilegiando poucos setores, concedendo-lhes uma benessesinha aqui, uma isenção ali, ou seja, tudo perfumaria. Nada profundo. Não atacamos os reais problemas.

Então qual seria a melhor forma para atacar os problemas e alavancar inclusive a produção nacional?

Nada do que vou dizer já não foi dito por outros empresários. Precisamos de reformas profundas. Reforma política, tributária, trabalhista, da Previdência. Precisamos de investimentos produtivos em infraestrutura e investimento maciço em educação. Por que só o setor industrial é beneficiado enquanto os outros parecem não fazer parte deste nosso Brasil? Falta vontade política.

Quais os pontos principais que uma empresa desse segmento deve manter?

Quadro Funcional motivado, agilidade e honestidade. Uma boa ficha cadastral perante o Sistema Financeiro também é muito importante.

O Brasil tem mão-de-obra qualificada para atender ao trabalho que vocês fazem?

Infelizmente não. Temos tido muitas dificuldades para preencher as vagas de que dispomos. As vagas tem um tempo de preenchimento muito mais longo do que anteriormente. Há muita dificuldade de preencher as vagas, principalmente, para o extremo Nordeste e Norte do País.

Qual tem sido exatamente a demanda por profissionais desse setor?

Temos tido uma demanda bastante acentuada em vista do nível de contratos assinados em 2012. Neste primeiro trimestre, agregamos mais de 300 colaboradores ao nosso quadro funcional.  A IMC Saste, neste ano, tem recebido a oferta de trabalho de muito profissionais qualificados de países europeus, principalmente portugueses e espanhóis. Confesso a você, com sinceridade, que a mim, particularmente, a ideia é atrativa. Tanto pela formação acadêmica de primeira linha que eles tem, quanto pelos salários requeridos. Apesar de tudo, não fizemos nenhuma contratação assim, até o momento.

Como anda a parceria de vocês com a Fundação Abrinq?

Na verdade, não é uma parceria. Somos colaboradores dessa Fundação como também o somos de outras tais como o GRAACC, a AACD. Nossa parceria na realidade é com a Escola de Jovens Talentos onde damos a oportunidade de primeiro emprego a jovens que se desenvolvem na empresa. Ao final do programa, aqueles que mais de destacam são efetivados já como empregados normais em seus direitos e obrigações.

A IMC Saste estará em alguma feira programada para este ano?

Sim, teremos uma participação internacional em Setembro deste ano na IPE – International Pipeline Exposition, que ocorre todos os anos pares em Calgary, Província de Alberta, no Canadá.  Em 2010, fomos um dos “Sponsors” da Rio Oil e Gas , porém em 2012 nos voltamos ao mercado exterior. Se demos certo aqui no Brasil, poderemos vencer em qualquer lugar do mundo.