MICRORREATOR PARA USO MILITAR VAI AJUDAR A ABRIR CAMINHOS PARA O USO DA ENERGIA NUCLEAR COMERCIALMENTE AVANÇADA | Petronotícias




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MICRORREATOR PARA USO MILITAR VAI AJUDAR A ABRIR CAMINHOS PARA O USO DA ENERGIA NUCLEAR COMERCIALMENTE AVANÇADA

millerORLANDO – POR FABIANA ROCHA – Os militares norte-americanos estão bem adiantados no trabalho de desenvolver um microrreator móvel para o Departamento de Defesa dos EUA (DoD). Isso ajudará a abrir caminho para o desenvolvimento e implantação de tecnologia nuclear avançada disponível comercialmente. O microrreator móvel do DoD faz parte de um esforço para descarbonizar as operações militares e reduzir a dependência das linhas de abastecimento de combustíveis fósseis, especialmente em locais remotos onde a eletricidade pode não ser confiável e ainda ser cara. O cronograma tornará o reator BWXT capaz de gerar entre 1-5 MW de eletricidade durante três anos em potência máxima antes do reabastecimento. Ele é um dos primeiros reatores nucleares avançados em pleno funcionamento a serem construídos nos Estados Unidos. Joseph Miller (foto principal), presidente da BWXT Advanced Technologies, disse: “Temos componentes que já estão sendo entregues em Lynchburg. Temos uma maquete do reator, temos uma máquina de abastecimento que foi projetada, temos combustível Triso que foi fabricado. Nenhum outro projeto tem tudo isso. Você não poderia estar em uma posição melhor no setor nuclear.”

microO recipiente de contenção, o combustível e o moderador para o reator refrigerado a gás de alta temperatura (HTGR) já estão em construção, e o Departamento de Energia (DOE) está  trabalhando em estreita colaboração com a Comissão Reguladora Nuclear (NRC) no licenciamento. O Escritório de Capacidades Estratégicas (SCO) do DOD divulgou um registro da decisão de prosseguir com o Projeto Pele em 2022 e concedeu um contrato de US$ 300 milhões à BWXT para construir um protótipo de microrreator.

A X-energy, segunda colocada na licitação, com design original, recebeu uma opção de contrato adicional em setembro destejeff ano.  O reator BWXT será montado no final da primavera até o fim do primeiro semestre  de 2024 e, até 2025, será enviado ao Laboratório Nacional de Idaho (INL) para ser abastecido antes dos testes iniciais. Depois de abastecido, o sistema será submetido a até três anos de testes no INL para mostrar que pode fornecer energia elétrica com confiança fora da rede e que pode ser desmontado e remontado para comprovar a facilidade no transporte para outra área. Enquanto isso, a X-energy atuará como um projeto complementar ao conceito BWXT, dando ao DoD uma opção alternativa potencial caso decida adquirir vários reatores.

Jeff Waksman (foto à esquerda), gerente de programa da SCO no Projeto Pele, acredita  que a jornada através do processo de licenciamento também ajudará a estabelecer as bases para futuras regulamentações para novas tecnologias nucleares: “Em muitas indústrias, há uma vantagem de ser o pioneiro, mas na energia nuclear, é uma desvantagem de ser o pioneiro. Qualquer empresa que passe primeiro pelo novo processo regulatório será usina caminhao reatorcomo alguém no porão de um navio, sem janelas, atravessando a escuridão, batendo os joelhos em tudo. O processo de aprendizagem do Projeto Pele já ajudou a suavizar e simplificar a regulamentação no NRC para futuros reatores.”

A eletricidade do reator do Projeto Pele será mais cara   do que a da rede, mas a sua flexibilidade para transporte  será fundamental para as forças armadas dos EUA. “Se todo o resto for igual, um microrreator será mais caro por quilowatt-hora do que um reator de gigawatt, mas será para aplicações em nossos locais remotos e austeros, onde já estão acostumados a pagar preços muito altos pela eletricidade. Locais remotos no Alasca, por exemplo, podem pagar até US$ 1 por quilowatt-hora e receberão uma remessa de carvão por ano. Para aplicações como essa, esperamos que a rota nuclear represente uma economia significativa de custos”,  diz Waksman

A energia proveniente do carvão, petróleo ou diesel também é a mais poluente. Fairbanks, no Alasca, tem uma das piores qualidades do ar do país devido à poluição porusina base partículas de curto prazo, principalmente provenientes de fogões a lenha. Para outras aplicações, é a confiabilidade da energia nuclear que faz valer a pena pagar o prêmio. “É preciso pesar confiabilidade versus custo, porque muitas vezes eles estão em desacordo. A forma mais barata de energia pode não ser a mais confiável”, afirma Waksman.

O reator Pele não será levado para zonas de combate por razões de segurança e porque as bases operacionais avançadas (FOBs) não precisam de megawatts de energia. No entanto, espera-se que seja altamente transportável e flexível para ser transportado de um lugar para outro à medida que os militares mudam de local de operação. O reator consistirá em vários módulos que podem ser enviados em quatro contêineres CONEX de 20 pés de comprimento, em conformidade com a ISO, e será projetado para ser montado no local e operacional dentro de 72 horas.usina reator Ele pode ser desligado, resfriado, desconectado e pronto para transporte em menos de uma semana, afirma a BWXT. O trabalho próximo entre a BWXT e seus parceiros, a SCO e o Corpo de Engenheiros do Exército, tornou possível esse projeto. “É o que torna este programa tão único. Não é apenas o fato de estarmos desenvolvendo um novo sistema de microrreator nuclear, mas toda a logística envolvida nisso, é muito novo no setor nuclear.”, diz Miller.

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Anselmo MalaguezFranco CavaCESAR ANTONIO FERREIRA Recent comment authors
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CESAR ANTONIO FERREIRA
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CESAR ANTONIO FERREIRA

Céus, que vontade de rir!
Reatores de fissão nuclear compactos e resfriados por chumbo/bismuto líquido existem desde de 1966 na… Antiga URSS.
No Ártico russo temos dois deles ainda operativos e… Eram os reatores da famosa classe de submarinos soviéticos Lirae (projecto 705). Porém, qualquer bosta anunciada por gringos do norte é tida como grande novidade tecnológica, ainda que seja algo de patente soviética com sessenta anos de idade…

Franco Cava
Visitante
Franco Cava

KKKKK… Ainda estão na maquete… KKKKK

Anselmo Malaguez
Visitante
Anselmo Malaguez

Que interessante
Creio que essa tecnologia poderá ajudar muito o Brasil a reativar suas usinas movidas a carvão mineral que hoje se encontram desativadas