MINISTÉRIO PÚBLICO IDENTIFICA CAMINHO POR QUE PASSAVA O DINHEIRO DA RNEST ATÉ CHEGAR A YOUSSEF
O Ministério Público Federal identificou que os valores referentes às obras da refinaria Abreu e Lima (Rnest), repassados pela Petrobrás para o Consórcio CNCC, controlado pela Camargo Corrêa, eram transferidos em menos de 24 horas para empresas de Alberto Youssef (foto). O documento indica o trajeto das transferências bancárias e foi anexada aos autos do processo federal sobre desvios e superfaturamento na refinaria. Em 17 de janeiro de 2011, a estatal adiantou R$ 6,62 milhões para o consórcio, que, no mesmo dia, transferiu R$ 5,91 milhões para a Sanko Sider. A fornecedora repassou, no dia seguinte, R$ 1,7 milhão para a MO Consultoria, empresa de fachada do doleiro. Ainda no dia 18, R$ 238,5 mil desse valor foram destinados para a conta da Labogen Química Fina, também controladas por Youssef, e, em seguida, à Pionner Corretora de Câmbio. O laudo aponta que operações semelhantes ocorreram diversas vezes.
A análise dos peritos do MPF foi realizada com base em duas planilhas da Petrobrás, que indicam 13 mil pagamentos o Consórcio CNCC desde abril de 2010, quando se iniciou a implantação da Unidades de Coqueamento Retardado de Abreu e Lima, no total de R$ 3,11 bilhões, e outros 32 pagamentos diretamente à Camargo Corrêa entre 2009 e 2013, que somam R$ 54,2 milhões. O laudo informa ainda que as empresas Sanko receberam R$ 195,5 milhões do consórcio entre outubro de 2010 e dezembro de 2013, além de outros R$ 3,6 milhões da Camargo Corrêa a partir de junho de 2009.
Desses valores, R$ 38,5 milhões foram repassados para o caixa das empresas M.O. Consultoria, GFD Investimentos, Empreiteira Rigidez e Muranno Brasil, todas de Alberto Youssef. Entre os maiores beneficiários dos recursos que saíram do caixa da Petrobrás estão o laboratório Labogen e a Piroquímica, também do doleiro. Juntas, as duas empresas receberam R$ 37,6 milhões. O rastreamento do dinheiro mostra que os valores foram destinados, em sua maior parte, para casas de câmbio ou de empresas de exportação e importação e outras remessas com destino não identificado.
Anteriormente, quando questionado sobre os repasses às empresas de Youssef, a Sanko-Sider enfatizou que as investigações vêm confirmando as informações prestadas são absolutamente corretas e as operações seguem as normas legais vigentes e que as empresas foram indicadas por Youssef, já que o grupo não tem equipe própria de vendas e todo o trabalho do setor é terceirizado.
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