MINISTRO COELHO FILHO IGNORA APELO DO PARTIDO E CITA “LEALDADE” COMO JUSTIFICATIVA PARA SEGUIR NO GOVERNO
A casa está desmoronando e até seu partido – o PSB – já alertou para que deixe o prédio antes do desabamento, mas o ministro Fernando Coelho Filho (foto), das Minas e Energia, não quer desgrudar da cadeira. Depois dos primeiros momentos de maior tensão da crise política instalada em Brasília, fruto das revelações do empresário Joesley Batista, da JBS, e da conversa gravada com o presidente Michel Temer, a situação atual é a de insegurança no Planalto e em seu entorno. A própria base aliada de Temer está se desfazendo e já negocia as possíveis saídas para substituí-lo no comando do País. O PSB, partido do ministro, já decidiu assumir uma postura opositora ao governo e clamou para que Coelho Filho deixasse o posto, com possibilidade de expulsá-lo da sigla, caso as lideranças entrem em acordo sobre a decisão proposta internamente. O caso é uma reação aos diálogos totalmente impróprios de Michel Temer com o empresário investigado, que já rendeu ao presidente uma investigação aprovada pelo STF. No entanto, Coelho Filho não viu nessas questões nada demais, pela carta pública que divulgou, afirmando que o momento “exige lealdade”. Quando a sociedade brasileira – incluindo instituições e a população – perde a confiança no presidente da República, como no caso de agora, cabe uma nova pergunta a Coelho Filho: Lealdade ao quê?
Veja abaixo na íntegra a nota do ministro sobre sua permanência no cargo:
“O momento exige responsabilidade ante os graves problemas da pauta nacional. Responsabilidade e equilíbrio.
Há um ano, recebi do Presidente da República a confiança e a missão de reestruturar setores estratégicos, marcados por conflitos e incertezas em decorrência de um modelo esgotado e incapaz de atender às necessidades do Brasil.
Recebi do Presidente a liberdade para escolher e liderar uma equipe técnica, reconhecidamente respeitada, trazendo credibilidade e retomando o diálogo com o setor. Fortalecemos um ambiente de confiança, sadio, propositivo e livre da visão intervencionista e estatizante.
Tenho convicção de que, hoje, estamos contribuindo para a retomada do desenvolvimento com um projeto racional e transformador para os setores de energia elétrica, óleo e gás, biocombustíveis e mineração.
Também estou certo de que esse movimento não deve e não pode parar.
Ouvi o Presidente da República, ouvi companheiros do Congresso Nacional, ouvi a minha equipe, ouvi o setor e ouvi a minha consciência.
Mais do que gestos políticos, o momento exige coragem e atitude.
Exige lealdade.
A saída do Ministério, como orienta meu partido, não contribui para a construção de saída para a crise que enfrentamos.
A melhor contribuição que devo dar ao país é o meu compromisso com a missão que me foi atribuída. Por isso permaneço no Ministério”.
O herdeiro hereditário, que nada conhece do setor, preferiu manter a capitania política hereditária e ficou com a boquinha (como eles chamam os ministérios). É sempre assim. Governos nomeiam ignorantes na área, no caso o MMe, que nada entendem, além de serem políticos profissionais, acalantado ainda imberbes por mandatos muitas vezes comprados. Como pode o setor mineral e petrolífero progredirem sob tais batutas, parentes, etc. Qual a respeitabilidade de um governo que troca ministérios, Petrobras, Nuclebras por votos. Aé quando isso será válido.