MINISTRO DE MINAS E ENERGIA DIZ QUE FONTE NUCLEAR VAI DOBRAR NA MATRIZ ENERGÉTICA NOS PRÓXIMOS 30 ANOS
Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –
O setor energético vive a expectativa em relação ao lançamento do Plano Nacional de Energia (PNE) 2050, que revelará as estratégias do governo para expandir o fornecimento energético no país. E o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, deu nesta sexta-feira (22) mais uma sinalização que a fonte nuclear terá um papel importante dentro desse planejamento. “Certamente, a energia nuclear terá um papel importante e tudo aponta que para os próximos 30 anos vai ser duplicada na nossa matriz energética. Isso [o PNE 2050] é um trabalho sério, não é um desejo pessoal meu. Vamos divulgar em dezembro”, declarou.
A declaração foi dada durante a cerimônia de entrega do Prêmio de Reconhecimento Nuclear, realizada hoje, no Rio de Janeiro. Albuquerque reforçou que o governo tem dado demonstrações de que a energia nuclear ganhou o status de prioritária. “Eu tive a oportunidade na conferência na AIEA, proferindo a abertura do evento, representando o Brasil. Foi o primeiro ministro de estado que compareceu [na conferência] depois de 20 anos. Pude dizer lá que programa nuclear brasileiro é nossa prioridade”, disse.
O ministro afirmou ainda que a fonte nuclear faz parte da nossa matriz energética e que, levando em conta as características do nosso país, o Brasil não pode abrir mão dessa modalidade de geração de energia. Ao avaliar o cenário atual desse segmento, Albuquerque disse que o “momento é, efetivamente, promissor”, e que é preciso “encontrar os melhores caminhos para que possamos efetivamente progredir”.
Por fim, ele também mencionou sobre a meta do governo de desenvolver ainda mais a capacidade de produção de combustível nuclear no país. Como se sabe, a Indústrias Nucleares do Brasil (INB) é a responsável pela usina de enriquecimento de urânio, localizada em Resende (RJ). Na próxima semana, a empresa vai inaugurar a 8ª cascata de ultracentrífugas da planta. Assim, será possível produzir até 60% do urânio necessário para abastecer a usina nuclear de Angra 1.
“O que queremos é utilizar o desenvolvimento tecnológico do ciclo completo do combustível para que possamos fazer o melhor uso dessa capacidade que poucos países do mundo tem. Nesse sentido, acredito que nos próximos anos, vamos viabilizar que a INB possa fazer o combustível de Angra 1 e 2 na sua totalidade”, concluiu o ministro.
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