MODEX ENERGY VÊ CRISE BRASILEIRA COMO OPORTUNIDADE PARA ENTRAR COM MAIS FORÇA NO PAÍS | Petronotícias




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MODEX ENERGY VÊ CRISE BRASILEIRA COMO OPORTUNIDADE PARA ENTRAR COM MAIS FORÇA NO PAÍS

Por Daniel Fraiha (daniel@petronoticias.com.br) – 

Carlo CervoEstabelecida oficialmente no Brasil em setembro de 2013, a empresa norueguesa Modex Energy vem conseguindo crescer no mercado nacional mesmo no período de crise da indústria de óleo e gás, trazendo um projeto próprio de contêineres certificados para utilização no setor offshore. O diretor geral da Modex no Brasil, Carlo Cervo, conta que já atendem a clientes como Statoil, Halliburton e Schlumberger no País, mas ainda têm uma atuação pequena se comparada ao tamanho do grupo, cuja frota global gira em torno de 17 mil unidades, a terceira maior do mundo neste segmento. A companhia inaugurou sua primeira fábrica em abril de 2014, em Shangai, na China, com capacidade para produzir até 10 mil contêineres por ano, levando em conta a operação em três turnos contínuos, e fechou o primeiro ano (de abril ao final de dezembro) com um saldo de 2 mil unidades fabricadas. Além disso, o grupo adquiriu a empresa Gauthiers, dos Estados Unidos, no início de maio deste ano, com o intuito de estabelecer uma presença no Golfo do México. Antes disso, o único braço nas Américas era a filial nacional, que deve fechar este ano com 100 contêineres fornecidos em contratos locais. Cervo reconhece que o momento é complicado para a indústria brasileira, mas acredita que a crise seja uma oportunidade para a ampliação da Modex no País: “É um momento interessante para o nosso crescimento, até porque os clientes estão muito abertos a novas soluções, melhores preços e negociações. Quando o mercado está muito bem atendido, ele acaba não dando tanta relevância a oportunidades”.

Como foi a vinda da Modex para o Brasil?

A empresa veio para o Brasil em 2012, durante a Rio Oil&Gas, quando fez as primeiras prospecções no mercado, para avaliar se valia a pena entrar. Em 2013, enviaram um representante holandês, que ficou até maio de 2014, para estabelecer a empresa. Entrei quando ele saiu e dei continuidade ao processo, com a criação oficial em setembro de 2013.

Como é a atuação da Modex no País?

Temos um parceiro em Macaé, a Control Union Inspetion, que serve como base para nossos serviços de logística e gerenciamento da frota. Temos alguns produtos de muito sucesso no mercado local, já em locação. Começamos com uma frota pequena, de 22 unidades, no ano passado, e agora já temos contratos para chegar a 100 unidades até o fim do ano.

Qual o faturamento global do grupo?

Em 2014, fechamos o ano com um faturamento de cerca de US$ 50 milhões. Somos o terceiro maior grupo do segmento no mundo, com 17 mil contêineres certificados espalhados por diversos países, como a própria Noruega, nossa sede, onde ficam cerca de 12 mil unidades, além de Tailândia, Indonésia, Cingapura, Austrália, Aberdeen, Emirados Árabes Unidos, entre outros. Nas Américas, era só o Brasil até maio, mas fizemos a aquisição da Gauthiers, dos Estados Unidos, e agora temos também uma presença no Golfo do México e no próprio México.

Como se deu a aquisição?

Algumas empresas com atuação regional como a Gauthiers foram localizadas pela Modex, já que o grupo estava buscando ter uma presença no Golfo do México, e a empresa americana estava querendo ampliar suas operações para o cenário internacional, então foi um casamento de interesses.

O foco da empresa é exclusivamente o setor de óleo e gás?

Todas as unidades são para o setor de óleo e gás. Vendemos cabines e unidades especiais, mas somente para plataformas. A linha da Modex é de contêineres certificados DNV, que seguem normas específicas para utilização no setor offshore. É um mercado que surgiu entre 2011 e 2012, porque antes qualquer tipo de contêiner embarcava nas plataformas, mas em 2012 houve uma alteração das normas, para garantir um nível mais alto de segurança.

Havia acidentes com cargas que eventualmente caíam e essas estruturas têm cerca de 10 toneladas – as vezes mais –, o que era um risco muito grande. Hoje, nem toda frota do Brasil foi renovada ainda, até pela capacidade de alguns guindastes, porque o equipamento certificado é bem mais pesado que o comum.

Como está o mercado de contêineres certificados para o setor offshore neste momento?

Hoje há uma grande diminuição da quantidade de sondas. Vemos a crise em Macaé… com uma retração forte, afetando a Petrobrás e todo o mercado de uma maneira geral. E, com isso, o que acaba acontecendo é uma demanda um pouco menor do que há alguns anos, que afeta até os preços, já que existe uma frota disponível.

Mesmo assim conseguiram crescer?

Sim. Até porque somos um player novo aqui e temos uma estrutura mais enxuta. Quando a crise vem, ela afeta os grupos com uma estrutura maior. É um momento interessante para o nosso crescimento, até porque os clientes estão muito abertos a novas soluções, melhores preços e negociações. Quando o mercado está muito bem atendido, ele acaba não dando tanta relevância a oportunidades. E nós viemos com um produto especial, com padrão Mar do Norte e alguns diferenciais.

Quais são as principais demandas do segmento de óleo e gás neste sentido?

Depende muito da aplicação. Por exemplo, uma empresa de catering utiliza contêineres refrigerados, para enviar peixe, carne e etc. Já empresas de serviços usam muitas cestas, de oito a 10 metros, para transporte de tubos e ferramentas especiais. Têm empresas que demandam contêineres fechados ou então com o topo aberto e também contêineres mini. Tem demanda para tanques também, para enviar químicos para plataformas. São os principais.

Quais os principais clientes da Modex no Brasil?

Até o momento são a Schlumberger, a Halliburton, a Statoil, e uma empresa que faz catering em plataformas, a Alimenta. Ela está cuidando desse serviço na Arendal Spirit, que chegou recentemente. Também temos contrato com a Harding, que é uma empresa norueguesa, entre outros clientes.

Como se dá a fabricação das unidades da Modex?

Nossa fábrica fica em Shangai, na China, e é de altíssima qualidade. As unidades chinesas são muito bem avaliadas no mercado mundial e também tenho fornecedores mundiais que têm fábrica no Brasil. Como a nossa é recente, antes disso comprávamos de outros parceiros. No caso de pedidos urgentes, podemos voltar a atuar dessa maneira, fabricando aqui mesmo, por meio desses parceiros, levando o nosso projeto, com conteúdo local. Inclusive estamos com um pedido da Statoil sendo fabricado aqui no Brasil, com um projeto nosso. Mas o conteúdo local nessa área não é muito relevante, porque representa um percentual muito pequeno no todo.

Há planos de expansão no País?

Temos planos de ampliar a estrutura. Já estamos bem preparados para o crescimento, com um parceiro com uma base grande de 10 mil metros quadrados em Macaé, com capacidade para estocar até 2 mil unidades. No entanto, em função da situação no País, decidimos não colocar uma frota de especulação muito grande. Para este ano, pretendemos entregar esses pedidos, aumentar a frota e o faturamento, assim como a participação no mercado. Já a médio prazo temos o desafio de oferecer um produto de alto padrão, como é o nosso, ao mesmo tempo em que mantemos o preço do mercado. No nosso caso, como nós controlamos a cadeia, conseguimos ser mais competitivos.

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