MÓDULOS PARA O FPSO CIDADE DE ILHA BELA FICAM PRONTOS DOIS MESES ANTES DO PRAZO

A EBSE está evoluindo para finalizar o comissionamento de três módulos que integrarão o FPSO Cidade de Ilha Bela antes do prazo previsto. São três módulos e três skids que foram construídos em tempo recorde, em virtude de inovações nos métodos construtivos e das lições aprendidas do projeto passado do FPSO Cidade de Paraty, idealizados pelo engenheiro Claudio Esteves, que está à frente do projeto de construção, no pátio da Nuclep, em Itaguaí – Rio de Janeiro. Em entrevista especial ao Petronotícias, ele revela que a data de entrega dos módulos estava inicialmente prevista para final de dezembro, no entanto eles já estão prontos e serão entregues na próxima semana.

Três módulos são para um contrato diretamente com a SBM.  Num segundo contrato, feito com a Cameron, foi realizada a construção de mais três skids de processo, que integram os módulos de remoção de CO₂. O segundo módulo é para remoção de H₂S e o terceiro é o módulo onde estão acoplados os vasos separadores do Flare do FPSO.

Quais as razões que levaram a EBSE a entregar esses módulos antes do prazo?

A EBSE já havia participado da construção e montagem de quatro módulos complexos para o FPSO Cidade de Paraty, o que nos trouxe muitos ensinamentos.  Para este novo contrato, com a execução de três módulos e três skids para o FPSO Cidade de Ilha Bela, reavaliamos o nosso planejamento de montagem das elevações, com ênfase na sequência correta de montagem de tubulação agregado com a pintura anticorrosiva das estruturas.  E deu resultado, pois nós conseguimos antecipar a entrega dos módulos em dois meses.

O que foi feito de diferente?

Em dois dos três módulos, nós decidimos construir as duas últimas elevações no piso.  Estas últimas elevações reúnem as principais válvulas e tubulações de processo de remoção de CO₂ e H₂S.

Esta estratégia transformou nosso canteiro numa área de montagem de três módulos e mais dois submódulos, ou seja, um total de cinco unidades de montagem.  Estes submódulos pesavam aproximadamente 150 toneladas cada um, pois concentram grande variedade de válvulas de processo.

Quais foram os processos agilizados com a estratégia?

A decisão de manter esta montagem no piso nos otimizou muito tempo na montagem de andaimes, na pintura anticorrosiva com bancadas de fácil acesso e ainda na montagem de spools e válvulas de grande diâmetro. Além disso, esta estratégia nos desviou de um grande obstáculo na construção e montagem de módulos: a sobreposição de atividades.  Estas elevações de 150 toneladas cada foram construídas a um metro do piso, sobre “patas de elefante” e atrás dos seus respectivos módulos que estavam evoluindo com outras equipes na montagem de tubulação, elétrica e instrumentação, estrutura e comissionamento.  Ao final da montagem das elevações no piso, realizamos a operação de içamento e acoplagem de cada elevação sobre o respectivo módulo, utilizando dois guindastes telescópicos de grande capacidade com dois spread bars [estrutura provisória utilizada para içar equipamentos].

Onde os módulos serão integrados?

Os módulos serão integrados no Estaleiro Mauá, em Niterói. O navio virá da China e deve aportar na segunda quinzena de novembro. 

Quantas pessoas trabalharam neste empreendimento?

Nós trabalhamos diretamente no canteiro com mais de 800 colaboradores. Em todo projeto, mil pessoas foram envolvidas. Agora vamos desmobilizar cerca de 40% de nossa equipe e retornar com as contratações no mês de janeiro, quando já temos a previsão de chegada de material para a construção de mais dois FPSOs para a SBM: Cidade de Maricá e Cidade de Saquarema.  Já assinamos o contrato com a SBM e vamos construir os módulos utilizando as mesmas estratégias do projeto Ilha Bela. É interessante trabalhar com a SBM, que é uma das empresas que mais respeitam e adotam o programa de conteúdo nacional como uma regra a ser seguida e cumprida. Esta decisão é muito importante, porque ajuda as empresas brasileiras a se desenvolverem e ficarem mais competitivas.

O FPSO Cidade de Ilha Bela deve ficar no Campo de Sapinhoá, um dos maiores campos de petróleo do Brasil, com estimativas de 2,1 bilhões de barris de óleo equivalente, e entrará em operação no segundo semestre de 2014, quatro anos e meio depois da descoberta da área, em 2008. Ele deverá produzir 150 mil barris de óleo por dia e seis milhões de m³ de gás diariamente.