MOKVELD INVESTE EM INOVAÇÃO E PLANEJA AMPLIAR OFERTA DE SERVIÇOS NO BRASIL | Petronotícias




faixa - nao remover

MOKVELD INVESTE EM INOVAÇÃO E PLANEJA AMPLIAR OFERTA DE SERVIÇOS NO BRASIL

Por Daniel Fraiha (daniel@petronoticias.com.br) – 

Victor DiasA Mokveld Valves, de origem holandesa, viu seu faturamento crescer exponencialmente no Brasil nos últimos anos, com a conquista de contratos importantes com a Petrobrás. Desde que assumiu o cargo de diretor geral da empresa no Brasil, há cerca de três anos, Victor Venâncio Dias ajudou a Mokveld a mudar de patamar no País, com fornecimentos de válvulas para os FPSOs replicantes, a P-74, a Unidade de Fertilizantes III e a Refinaria de Paulínia (Replan), entre outros contratos. Apesar do entusiasmo com a aceitação das válvulas especiais da companhia no mercado nacional, Dias reconhece que o momento mudou com os desdobramentos da Operação Lava Jato e com toda a crise que afeta a indústria de óleo e gás brasileira. Agora, a Mokveld começa a abrir uma frente voltada à manutenção, depois de ter visto sua base instalada dar um salto, e também busca formar uma equipe de engenharia mais ampla, com o intuito de fornecer soluções customizadas para os clientes. Além disso, o executivo afirma que uma das bases para que a companhia continue crescendo no ambiente menos favorável é aumentar os investimentos em inovação. Um exemplo disso é uma nova válvula desenvolvida durante os últimos seis anos em parceria com operadoras internacionais, já testada em um projeto da Statoil no Mar do Norte, que atende aos requisitos do pré-sal.

Como está vendo o momento da indústria de óleo e gás brasileira atualmente?

O cenário é bastante complexo em função dos desdobramentos da operação Lava Jato e do impacto em toda a cadeia de projetos de óleo e gás. Temos esperança de que isso vá se resolver neste ano e que no ano que vem o andamento dos projetos possa ser recuperado.

O mercado de válvulas para o segmento foi muito afetado?

Sim. Foi impactado, assim como todo o resto do mercado de equipamentos que atende ao segmento de óleo e gás. Temos situações de inadimplência, projetos que estão paralisados, e, o que é pior, a expectativa de novos projetos está toda no compasso de espera do novo plano de investimentos a Petrobrás, ainda sem data para ser anunciado.

Qual a estratégia da empresa para enfrentar o cenário atual na indústria?

Como os projetos estão nessa incerteza, estamos focando na base instalada, principalmente em manutenção e reposição de equipamentos, até que os projetos voltem à carga total. Também endentemos que investir em inovação é fundamental para vencer essa crise. Desenvolvemos uma tecnologia disruptiva em nossas válvulas axiais que possibilita reduzir peso e usar menos espaço nas plataformas. São válvulas ciclônicas (Mokveld Typhoon valves)  que possibilitam reduzir os tamanhos dos módulos de separação óleo/gás/água das plataformas e isso é algo que agrega bastante valor para os nossos clientes. Ajudam também na melhoria da qualidade de água de descarte, protegendo o meio ambiente, entre outras vantagens.

Já estão sendo comercializadas?

A tecnologia foi desenvolvida num processo de co-criação com outras importantes empresas globais operadoras de produção nos últimos seis anos e já foi aplicada com sucesso em um projeto da Statoil. Os testes foram aprovados no ano passado, e agora estamos colocando isso como uma solução que possa ajudar a Petrobrás nos projetos do pré-sal, como em Libra e nos demais FPSOs. O peso e o espaço valem ouro numa plataforma, onde a estrutura dela precisa suportar o peso dos módulos. Então uma solução que permite suportar estruturas menores ou mais leves agrega muito valor para as operadoras, além de vantagens competitivas para os EPCistas e fabricantes de equipamentos. Foi um sucesso na Europa e estamos trazendo para o Brasil.

O foco é a utilização em águas profundas?

Podem ser usadas tanto para unidades de processamento subsea quanto para FPSOs. São válvulas de baixo cisalhamento, que reduzem o tempo de separação entre o óleo e a água nos separadores, a qual demos o nome de Typhoon Valve. Estamos certos de que trazem um benefício interessante para a Petrobrás.

Quais são os contratos mais recentes da Mokveld?

Fornecemos para os FPSOs replicantes todas as válvulas choke, que são umas das mais críticas nas plataformas, além de outros tipos de válvulas (SDVs, Non-Slam check valves, HIPPS, etc) para a P-74, para a UFN 3, para a Replan, entre outros contratos.

Como tem sido o crescimento da empresa no Brasil nos últimos anos?

Tivemos um crescimento exponencial no Brasil à medida que conseguimos esses contratos. Estou há três anos na empresa e nesse período o crescimento foi muito grande em função desses contratos. Nossa base instalada aumentou substancialmente aqui.

A empresa planeja ampliar sua estrutura no País?

Temos um escritório comercial no Rio de Janeiro, de onde comandamos as operações, e vamos expandir isso para engenharia e serviços. Temos um planejamento de contratação para a área de serviços e também de engenharia, pensando tanto em manutenção, quanto em desenvolvimento de soluções customizadas.

A empresa está planejando iniciar a fabricação no país?

Os equipamentos que a Mokveld Valves fabrica são extremamente customizados, então  a princípio não daria para fabricar aqui, porque seria necessária toda a bancada de testes também. Naturalmente que se a escala se elevar, até para atender o conteúdo local, vamos estudar o desenvolvimento da produção aqui. O problema é o custo Brasil, que impede que exportemos nossas válvulas engenheiradas. Ainda mais sendo produtos de alta tecnologia, em que utilizamos ligas especiais de alta qualidade. Se comparar com o mercado externo, o custo de produção no Brasil fica mais caro do que no exterior.

Quais os maiores desafios da empresa no mercado brasileiro?

Passar esse período de turbulência mantendo o planejamento que foi feito em 2012, quando entrei na empresa, sem precisar reduzir a equipe e tentar fornecer para novos projetos. 

Quais as perspectivas para este ano?

Para esse ano, a filial brasileira está prevendo um ano muito difícil, em função de todos esses problemas que a Petrobrás e as empresas de engenharia estão passando. Como a Petrobrás mudou a estratégia e está contratando FPSOs fora do país, vamos tentar fornecer lá fora, para aumentar a base instalada aqui e poder dar esse suporte local.

Deixe seu comentário

avatar
  Subscribe  
Notify of