MONOPÓLIO DA LATAM FAZ EMPRESA AUMENTAR EM ATÉ 300% OS PREÇOS DO TRANSPORTE DE MATERIAL DE MEDICINA NUCLEAR PARA TRATAR CÂNCER | Petronotícias




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MONOPÓLIO DA LATAM FAZ EMPRESA AUMENTAR EM ATÉ 300% OS PREÇOS DO TRANSPORTE DE MATERIAL DE MEDICINA NUCLEAR PARA TRATAR CÂNCER

dsssOs pacientes com câncer e com problemas cardíacos serão os mais afetados pela decisão da Latam de aumentar significativamente as tarifas de transportes de produtos radioativos usados na medicina nuclear no Brasil.  Esse é um dos efeitos quase imediatos do que o monopólio na aviação pode proporcionar ao mercado. Anteriormente, o transporte de radioisótopos era dividido com a Avianca. Com a quebra da empresa, apenas a Latam ficou como credenciada para fazer esse tipo de atividade. A partir daí, ela comunicou às empresas transportadoras desses produtos que passaria a cobrar a Tarifa “Próximo Voo”, ao invés da tarifa “Convencional”. Na verdade, isso é um drible para impor um aumento que pode chegar até 300%, dependendo do produto e para onde ele será levado.

Para quem não está familiarizado com a diferença entre as tarifas de cargas, a “Convencional” pode ser transportada em até três dias após a entrega da carga para a companhia. A tarifa “Próximo Voo”, é despachada em até três horas. Como são produtos radioativos para uso em medicina, o RBAC – Regulamento Brasileiro de Aviação Civil – recomenda que tenham prioridade no embarque. A razão é porque há produtos que perdem a sua vida útil à medida que o tempo passa (decaimento). Um htrrrrfexemplo é o Cobalto 60, que tem um decaimento a cada 5 anos. Mas o Fluor-18, fundamental no diagnóstico e tratamento do câncer, tem uma meia vida de 110 minutos. Passado este tempo, sua atividade decai à metade. Ele precisa ter uma pré-calibração maior, dependendo do destino do material, o que encarece significativamente o produto. Por isso, precisa pressa para ser transportado.

As empresas de medicina nuclear brasileiras que operam no país precisam ter uma logística muito afinada para salvar vidas, e atender os hospitais e clínicas que administram esses produtos em pacientes que dependem deles para sobreviver. E nessa cadeia, o transporte aéreo é extremamente importante. Com o fim das operações da Avianca, a Latam não entendeu assim. E, comunicou às companhias do setor a nova política de preços. Essas empresas transportam, anualmente, mais de 90 mil embalagens com material radioativo para uso em medicina nuclear. Para se ter um parâmetro, a Latam, que cobrava R$ 65,00 por cinco quilos, passará para a tabela que indica R$ 280,00 pelos mesmos cinco quilos. E deixou de valer o acordado “menor distância, menor tarifa”. É preço único para todo lado.

A ABDAN – Associação Brasileira de Desenvolvimento das Atividades Nucleares – que também abriga as empresas ligadas a medicina nuclear, procurou a Latam para uma ghjhjjjhgreunião, com o objetivo de ponderar todos os fatores de risco para os pacientes de doenças importantes e como são utilizados  os equipamentos e as terapias que usam o conhecimento nuclear para um tratamento avançado. Nesta reunião, foi feita uma apresentação detalhada sobre a importância da logística do transporte aéreo para o tratamento desses pacientes graves. A Latam foi representada por Otavio Meneguette, Diretor de Cargas para América Latina, e Diogo Elias (foto à direita), Diretor de Cargas Nacional. Mas as consequências de um aumento de preço significativo não parecem ter sensibilizado os dois e nem a própria empresa. Numa conversa com o Petronotícias, Diogo Elias confirmou que a nova política comercial da companhia anunciada há dias, começará no dia 23, quarta-feira da semana que vem. Antecipou que a Latam passará a cobrar mesmo a Tarifa “Próximo Voo,” para as empresas, mas que haverá negociações com cada uma delas. Cada uma terá um preço diferente, sem explicar nenhuma razão para isso.

O Petronotícias conversou também com a representante da ABDAN, Ana Célia Sobreira, que participou dessa reunião: “Foi dito que a nova política de preços será implementada a partir do dia 23. Na reunião, também tivemos a participação das empresas que produzem os produtos para uso na medicina nuclear, além de representante da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear. Tivemos a oportunidade de explicar todas as razões, todas as consequências se esse aumento for mesmo praticado. Deixamos claro o quanto esta medida impactará no tratamento dos pacientes. Principalmente os oncológicos e cardiológicos. Para eles e para muitos outros, não são apenas tecnologias modernas.  Eles são vitais”.

A Latam emitiu uma nota para explicar o  posicionamento da empresa, diante desses fatos. O Petronotícias reproduz na íntegra:

“A LATAM Cargo está em contato diretamente com os clientes de material radioativo classe 7. A empresa aceitará este material somente no serviço mais urgente disponível, devido a sua perecibilidade e urgência de envio. 

A mudança é pela decisão de  ajustar a aceitação do produto e realizar o transporte exclusivamente pelo serviço “Próximo Voo”, que é usado no caso de cargas com prazos extremamente urgentes. Como esse tipo de transporte é realizado considerando um prazo de escoamento muito curto, os clientes sabem com clareza quando a carga será entregue, atendendo, assim, a demanda desse segmento (observando sempre o limite da concentração do material por voo e possíveis cortes por razões de tempo ou balanceamento de aeronave). 

A empresa está dialogando diretamente com os seus clientes para buscar formas de viabilizar o transporte, bem como com as Associações envolvidas para contextualizar a sua decisão e mitigar eventuais impactos.

Dentro da cadeia logística para o transporte deste tipo de material, a LATAM é mais um elo que se conecta à outros players,

O portfólio da LATAM Cargo oferece três produtos que se diferenciam basicamente pelo prazo e pela urgência do transporte/entrega: “Próximo Voo” (em que pode-se eleger o voo e quando não, o próximo voo disponível), “Próximo Dia” (em que a entrega ocorre até as 18h do próximo dia útil) e “Convencional” (cuja expectativa de entrega é de até 72 horas úteis, sem agendamento do voo a ser usado na entrega).”

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