MORO JUSTIFICA PRISÕES DE EXECUTIVOS E MANDA BLOQUEAR CONTAS DOS PRESIDENTES DA ODEBRECHT E ANDRADE GUTIERREZ
Todos os executivos presos nesta sexta-feira(19) tiveram suas contas bloqueadas, inclusive os presidentes da Odebrecht e da Andrade Gutierrez. A decisão foi uma determinação do juiz federal Sergio Moro, comandante da Operação Lava Jato. Até R$ 20 milhões de cada executivo será sequestrado pela Justiça. Também foram atingidos os executivos da Odebrecht Marcio Faria, Rogério Araújo e Cesar Ramos Rocha; da Andrade Gutierrez, Elton Negrão de Azevedo Júnior, e Antônio Pedro Campelo de Souza; o ex-diretor da Andrade Paulo Dalmazzo, que foi presidente da Jaraguá, e o ex-funcionário da Odebrecht João Antônio Bernardi Filho, sócio de uma empresa que operava a lavagem de dinheiro, segundo as investigações.
“O esquema criminoso em questão gerou ganhos ilícitos às empreiteiras e aos investigados, justificando-se a medida para privá-los do produto de suas atividades criminosas“, disse o juiz em seu despacho.
Ele pondera que nem todos os recursos bloqueados têm origem ilícita, e que valores referentes a salários podem ser liberados depois, mediante pedido. O juiz federal Sergio Moro afirmou que os investigadores descobriram uma transferência de R$ 500 mil de Fernando Soares, conhecido como Baiano, para o presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo. Segundo o juiz Moro, a transferência de recursos ocorreu em outubro de 2012 e saiu da conta
Outra prova contra a Andrade Gutierrez, de acordo com Moro, é um depósito de US$ 1 milhão feito em dezembro de 2008 por uma empresa de Angola –chamada Zagope– para uma firma do lobista Mário Goes na Suíça. Posteriormente, Goes repassou o montante para uma conta na Suíça de Pedro Barusco, ex-gerente da Petrobrás. A Zagope faz parte do grupo Andrade Gutierrez, segundo os investigadores da Lava Jato. A conta de Goes foi aberta em nome de uma empresa chamada Phad Corporation; a de Barusco tinha como titular a Blackspin.
“Portanto, há a demonstração de uma conexão direta entre a Andrade Gutierrez (Zagope), a Phad Corporation, controlada por Mario Goes, e a conta controlada por Pedro Barusco (Blackspin), com fluxo financeiro da primeira para a última”, escreveu o juiz.E mais:
“Há fundada suspeita de que os contratos e notas não correspondem a serviços efetivos prestados pela Rio Marine [empresa de Goes] e por Mario Goes à Andrade Gutierrez, servindo apenas de veículo para propiciar o repasse de valores de propinas para o intermediador e deste para os dirigentes da Petrobrás”.
O magistrado afirmou ainda que as reações da Andrade Gutierrez contra as medidas da Lava Jato também indicam o envolvimento de seus dirigentes nos crimes. De acordo com o magistrado, apesar da deflagração da operação, a empresa não tomou medidas internas para erradicar a corrupção, o mesmo acontecendo com a Odebrecht, afirmou.
o juiz ressaltou que as prisões são necessárias para evitar a reiteração de crimes contra o Poder Público, pois as empresas possuem contratos em andamento com a Petrobrás e outros entes públicos.
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