MORREU O ALMIRANTE KARAM, EX-MINISTRO DA MARINHA QUE ESTEVE EM MOMENTOS MARCANTES DA FORÇA NAVAL BRASILEIRA
O Almirante de Esquadra Alfredo Karam, ex-Ministro da Marinha e submarinista, morreu na sexta-feira (6), aos 100 anos. Filho de uma brasileira e de um Tenente do Exército libanês, sua trajetória se entrelaça com a história do país e da Marinha. Ele dedicou mais de 80 anos à Força Naval. Em março deste ano, ele presenciou o lançamento do submarino Tonelero (S-42), no Complexo Naval de Itaguaí, onde foi aplaudido em homenagem ao seu centenário, comemorado no dia 28 daquele mês. O velório do militar acontecerá neste domingo (8), a partir das 8h, no Salão Nobre do Edifício Almirante Tamandaré, no Centro do Rio de Janeiro.
Karam exerceu diversos cargos na arma de Marinha de Guerra, tais como: Comandante do Primeiro e Sexto Distritos Navais, Diretor-Geral do Pessoal da Marinha e Chefe do Estado-Maior da Armada. Em sua administração, foram criados o Instituto Nacional do Estudo do Mar, atual Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira, e o Centro de Instrução e Adestramento Almirante Newton Braga, além de concluir as obras de reestruturação da Estação Naval do Rio de Janeiro, do novo Centro de Adestramento Almirante Marques de Leão e do Centro Hiperbárico na Base Almirante Castro e Silva.
Durante a Segunda Guerra Mundial, o Almirante Karam ainda era Aspirante na Escola Naval, quando o Brasil declarou guerra aos países do “Eixo”, após ter seis navios comerciais afundados por um único submarino alemão. Karam, que serviu, primeiramente, na corveta “Jaceguai”, da Força Naval do Sul, e, em seguida, no Contratorpedeiro de Escolta “Bauru”, da Força Naval do Nordeste. A missão principal da Esquadra brasileira era patrulhar o Atlântico Sul. Pela bravura, o jovem Segundo-Tenente Karam foi condecorado com a Medalha de Serviço de Guerra de duas estrelas.
Ser submarinista sempre foi um sonho para ele, que, ainda garoto, na década de 1940, teve a oportunidade de visitar os submarinos docados no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, antiga Capital Federal. Foi quando, aluno do Colégio Militar do Rio de Janeiro (CMRJ), participou do lançamento do Contratorpedeiro “Marcílio Dias”.
Seu primeiro comando, como Capitão-Tenente, foi no Caça-Submarino “Grajaú”, um dos oito construídos com casco de madeira e doados pelos Estados Unidos, que ficaram conhecidos como “caça-pau”. No ano seguinte, em 1956, o então Capitão de Corveta Karam tomou conhecimento de que a Marinha receberia dois submarinos americanos da Classe “Fleet Type”. Mais do que depressa, redigiu um compilado sobre essas unidades. Esse material lhe rendeu uma nova viagem para os Estados Unidos, onde integrou a Comissão de Recebimento de Submarinos, sendo responsável pela instrução das futuras tripulações. Esta foi a segunda comissão de que participou no exterior, relacionada a submarinos, quando o País recebeu os submarinos “Riachuelo” e “Humaitá”, antigos USS “Paddle” e USS “Muskallunge”. Houve ainda uma terceira, na Inglaterra. Já como Capitão de Mar e Guerra, foi designado, desta vez, para presidir a Comissão de Fiscalização e Recebimento de Submarinos, no início da década de 1970, a fim de acompanhar a construção dos submarinos “Humaitá”, “Tonelero” e “Riachuelo”.
– Com informações da Agência Marinha de Notícias
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