MOVIMENTOS SOCIAIS E SINDICALISTAS PROTESTAM NA ABERTURA DA 13ª RODADA
RIO DE JANEIRO – A diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Magda Chambriard, foi responsável pela cerimônia de abertura da 13ª Rodada de Licitações de Blocos Exploratórios de Petróleo e Gás Natural, no Rio de Janeiro. A executiva agradeceu ao trabalho de todos os envolvidos na realização do evento e detalhou a rodada desta quarta-feira (7). Ao todo, 266 blocos de dez bacias estão sendo ofertados, 182 em terra, nas seis bacias terrestres, e 84 marítimos, nas seis bacias offshore.
A realização do certame coloca o Brasil mais próximo de se afirmar como um dos grandes produtores de energia do mundo. Os números mostram a importância do evento, com 36 empresas de 17 países aptas a fazer ofertas. Em seu discurso, Magda destacou o diálogo da agência com representantes da indústria e sociedade, abrindo espaço para os manifestantes presentes: a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, a Coalizão Não Fracking Brasil, e o Sindipetro-RJ, com três minutos para cada.
Os dois grupos se opuseram de forma enfática à prática do fraturamento hidráulico, utilizado na indústria para a produção de gás não-convencional. O representante do movimento indígena clamou contra o uso de produtos químicos na produção do gás, afirmando que esse modelo atinge os povos nativos e os pequenos agricultores com a poluição da água. De acordo com o líder da Coalizão, Juliano de Araújo, mais de 361 cidades serão atingidas com o que ele chamou de “modelo sujo e perigoso” de exploração em território brasileiro. O representante do movimento apelou aos empresários presentes para que não investissem em projetos de fracking, afirmando que, caso contrário, enfrentarão forte oposição de ações públicas. “Investimento é bem vindo”, explicou ele, “mas jamais aceitaremos silenciosamente a exploração de qualquer modelo de gás não-convencional porque prezamos pela vida”.
O representante do Sindipetro-RJ afirmou que “apenas países sem hidrocarbonetos apelam para o fracking”, que, segundo ele, tem alto potencial de destruição de recursos hídricos. A entidade se solidarizou com as que tiveram espaço de fala anterior e não concorda com a realização de leilões por parte da ANP. De acordo com o manifestante, o dinheiro investido pela Petrobrás é entregue para empresas privadas através do leilão, e o dinheiro poderia ter melhor destino social se a exploração fosse estatal.
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