MPF DENUNCIA ZELADA E OUTROS SEIS POR CORRUPÇÃO, EVASÃO DE DIVISAS E LAVAGEM DE DINHEIRO
Mais seis pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público Federal (MPF) pelos crimes de corrupção, evasão de divisas e lavagem de dinheiro dentro da Petrobrás. Entre os denunciados está o ex-diretor da área Internacional da companhia Jorge Luiz Zelada (foto), que, junto aos demais, teria recebido aproximadamente US$ 31 milhões por um contrato de locação da sonda Titanium Explorer, da chinesa TMT.
A lista de denunciados é composta em sua maioria por lobistas, como Hamylton Pinheiro Padilha Junior, Raul Schmidt Felippe Junior e João Augusto Rezende Henriques. Além deles, outro ex-diretor da área Internacional, Eduardo Vaz da Costa Musa, também foi denunciado, e o executivo representante da empresa chinesa Hsin Chi Su, conhecido como Nobu Su, fecha o grupo.
Padilha Junior já está colaborando com a Justiça através de delação premiada. Segundo o lobista, João Augusto Rezende Henriques era responsável por receber e distribuir a parcela que pertenceria ao PMDB no esquema, além de negociar diretamente com Nobu Su.
Segundo o MPF, Zelada e Musa beneficiaram a Vantage Drilling com um contrato de US$ 1,816 milhão para afretamento para a Petrobrás. A empresa americana, no entanto, se declarou impedida de pagar propina, o que levou a dona da embarcação, a chinesa TMT, a fechar o negócio.
O contrato, fechado em 2009, teve sua duração estendida por mais seis pelo ex-diretor Zelada, sem aprovação da diretoria executiva da companhia. Em campo, no entanto, o navio-sonda não foi visto, já que permaneceu ocioso até o ano passado, quando foi cedido por dez meses para uma empresa com atuação na África.
Todos os pagamentos foram realizados no exterior. Contas de Zelada em Mônaco com depósitos superiores a € 11,5 milhões em seu nome ou de offshores. Com o início da Operação Lava Jato e investigações sobre desvios de verba na Petrobrás, o ex-diretor realizou transferências dos valores que tinha no principado. Até o casamento de Zelada foi usado para dissimular o patrimônio obtido. No ano passado, ele transferiu para a esposa um imóvel de R$1,05 milhão e afirmou que esse era o primeiro passo para um divórcio que estava sendo tratado.
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