MPF IRÁ REALIZAR ACAREAÇÃO ENTRE PAULO ROBERTO COSTA E YOUSSEF
Divergências nas declarações de Alberto Youssef (foto) e Paulo Roberto Costa levaram o Ministério Público Federal do Paraná (MPF-PR) a agendar, para o dia 22 de junho, uma acareação entre o doleiro e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás. Os dois integram o quadro de delação premiada da Operação Lava-Jato e têm apresentado depoimentos divergentes, principalmente no que diz respeito ao financiamento das campanhas eleitorais de 2010.
Em suas declarações, Costa afirma ter ordenado a Youssef que entregasse R$ 2 milhões ao ex-ministro Antonio Palocci para a campanha presidencial de Dilma Rousseff, além de outros R$ 2 milhões para Roseana Sarney, a pedido do senador Edson Lobão (PMDB-MA). O doleiro Youssef, no entanto, nega ter repassado o dinheiro nos dois casos, afirmando que Palocci nunca o procurou para pedir esse financiamento. “Eu acho que o Paulo se equivocou e se os doutores acharem necessário a gente ter uma conversa juntos, estou à disposição”, afirmou Youssef em uma reunião com procuradores e seu advogado.
Esta não é, porém, a única divergência entre os depoimentos do doleiro e do ex-diretor da estatal. Há também contradições acerca de doações para as campanhas dos senadores Humberto Costa (PT-PE) e Lindbergh Faria (PT-RJ). Youssef nega ter executado pagamentos a esses políticos, enquanto Costa afirma ter mandado o doleiro entregar R$ 1 milhão para a campanha de Humberto Costa e R$ 2 milhões para a do senador Lindbergh Faria.
O ex-diretor da Petrobrás e o doleiro divergem também no que diz respeito a um repasse de R$ 10 milhões ao PSDB para que fosse evitada uma CPI sobre a estatal em 2009, no Congresso. Costa afirma ter se reunido com o Deputado Eduardo da Fonte (PP-PE) e o senador Sergio Guerra (PSDB-PE) para firmar o acordo, que Youssef diz desconhecer. Ainda segundo Costa, o então secretário do governo de Pernambuco, Fernando Bezerra (PSB), pediu R$ 20 milhões para o financiamento da campanha de Eduardo Campos para reeleição em 2010, em acordo nunca mencionado pelo doleiro.
Na manhã desta quinta-feira (11), a CPI da Petrobrás realiza sessão para votar cerca de 140 requerimentos, entre os quais se encontram a convocação de Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula. O pedido foi apresentado por deputados do PSDB e pelo líder do partido, Carlos Sampaio (SP). Está em tramitação também um requerimento da deputada Eliziane Gama (PPS-MA) para quebra do sigilo bancário do Instituto e também da LILS Palestras, Eventos e Publicidade, empresa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Após a revelação de pagamentos de R$ 4,5 milhões da Camargo Corrêa a entidades lideradas pelo político, o Instituto Lula pode ser obrigado a revelar sua lista de doadores.
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