MXM SISTEMAS MIRA CRESCIMENTO DE ATÉ 15% NESTE ANO E JÁ PLANEJA INTERNACIONALIZAR SEUS NEGÓCIOS

A MXM Sistemas tem passado por um período de transformações que prepara a empresa para novos voos. Em meados de 2023, a companhia vivenciou uma transição de comando com a chegada de Guilherme Carrullo (foto) à presidência, em substituição ao fundador Mauricio Felgueiras. No ano passado, a MXM foi adquirida pelo grupo canadense Constellation Software, em um movimento que abriu novas possibilidades de negócios para a companhia. Após um período de ajustes internos, a empresa agora se prepara para colocar em prática seu novo planejamento estratégico. “Nossa previsão é crescer entre 12% e 15% em 2025. Estamos no meio do ano e dentro dessa faixa de projeção. O segundo semestre de 2024 foi um período de aprendizado mútuo entre a MXM e o grupo Constellation. Agora, em 2025, estamos em um período de retomada e de ajustes finais. Acreditamos que 2026 será o ano da consolidação desse trabalho”, afirmou Carrullo. O executivo também destacou a recriação de uma unidade de negócios dedicada à cadeia do petróleo e a busca por novas parcerias tecnológicas e institucionais para ampliar a atuação da empresa. Por fim, revelou o interesse em expandir, no futuro, os negócios da companhia para o exterior. “A porta está aberta para levar nossa solução a outros mercados”, completou.

Como tem sido o foco da MXM no setor de óleo desde a nova gestão?

A MXM tem 35 anos de história e, ao longo desse período, vem se especializando cada vez mais na indústria de óleo e gás — um movimento natural, dada a relevância desse mercado do Rio de Janeiro. Estou na MXM desde 1998, passei por todas as áreas e assumi a presidência em agosto de 2023, antes mesmo da venda da empresa pelo grupo canadense Constellation Software.

Como mencionei, seguimos nos aprofundando nesse setor e, hoje, a empresa é uma referência para o mercado nacional. Por isso, em 2023, a MXM estruturou uma unidade de negócios (BU) dedicada exclusivamente a óleo e gás. Apesar de nosso ERP MXM-WebManager ser um produto que pode atender a qualquer segmento, nós o especializamos para esse mercado.

Quais são as principais novidades da MXM para o setor de óleo e gás?

Guilherme Carrullo e Matheus Cunha

Após a forte retração entre o fim de 2015 e 2020, o mercado de óleo e gás voltou a crescer. Retomamos os investimentos e marcamos presença nas duas últimas edições da OTC, em Houston. Este ano, patrocinamos diversos eventos, dentro e fora da feira. Como mencionei, reestruturamos nossa unidade dedicada a óleo e gás, com uma carteira de clientes voltada apenas para essa indústria, sob a liderança do executivo Matheus Cunha.

Estamos buscamos parcerias com empresas de software que possam complementar nosso atendimento ao setor. Muitas vezes, são soluções extremamente especializadas, voltadas para determinadas etapas específicas da cadeia produtiva do petróleo, que um ERP tradicional não cobre. O objetivo é oferecer um atendimento completo. É possível agregar essas novas soluções ao nosso ERP por meio de APIs disponíveis. 

Além das parcerias tecnológicas, buscamos aproximação com entidades, como o IBP e a Firjan, que são referências no setor de óleo e gás. Isso nos ajuda a evoluir com base em boas práticas e exemplos de sucesso.

Quais os diferenciais da solução da MXM para esse setor?

Temos recursos específicos, focados em controle por poço de petróleo e uma gestão robusta da área de estoque. Tudo isso acontece dentro do ERP: desde a entrada da nota fiscal, passando por estoque, financeiro, fluxo de caixa, contabilidade e geração dos documentos fiscais. Tudo de forma integrada a uma única entrada.

Estamos atentos também à reforma tributária. Ainda que a Receita Federal não tenha divulgado todas as diretrizes, já estamos nos mobilizando para esse novo momento. As empresas de petróleo também terão que se preparar para essa nova realidade. A MXM faz parte de um grupo canadense, mas ainda carrega o seu DNA brasileiro. Por isso, estamos nessa caminhada para atender ao setor nesse período pós-reforma. 

Como a aquisição pela empresa canadense tem influenciado a MXM?

A aquisição nos trouxe benefícios importantes. O nosso grupo controlador tem mais de 1.300 empresas no mundo, e participamos de encontros nacionais e internacionais para promover troca de conhecimento e tecnologia. Isso tem contribuído para o intercâmbio de soluções e a evolução da nossa solução. Foi gratificante ver que nosso produto também foi capaz de contribuir com alguns desses players.

Como a MXM tem se posicionado em relação ao aquecimento do mercado de óleo e gás?

Enxergamos de maneira bastante positiva. O Rio de Janeiro continua sendo o mercado mais aquecido, mas não é o único. Vitória (ES) e Santos (SP) também são polos relevantes. Temos um direcionamento forte de marketing voltado para essa cadeia.

Quais são as projeções de crescimento da empresa como um todo?

Nossa previsão é crescer entre 12% e 15% em 2025. Estamos no meio do ano e dentro dessa faixa de projeção. O segundo semestre de 2024 foi um período de aprendizado mútuo entre a MXM e o grupo Constellation. Agora, em 2025, estamos em um período de retomada e de ajustes finais. Acreditamos que 2026 será o ano da consolidação desse trabalho.

Como foi o processo de venda da empresa e como está a integração ao novo grupo?

Passar por uma venda nunca é um processo fácil. Mas, após um ano, podemos dizer que o processo está bem maduro. Tem sido uma experiência bem positiva. A MXM se tornou uma empresa multinacional, mas com DNA brasileiro — o que facilita bastante, especialmente diante dos desafios que virão com a reforma tributária.

A aquisição abre portas para expansão internacional?

Sim, facilita muito. Em uma primeira etapa desse processo, já começamos a implantar nosso produto em outras empresas do grupo aqui no Brasil. Já começamos a fazer o entendimento com as outras empresas do grupo, por meio da matriz. A ideia é ter uma alternativa para, no futuro, expandir nossa atuação para o exterior. A porta está aberta para levar nossa solução a outros mercados.