NEXTRACKER PEDE AMBIENTE DE NEGÓCIOS MAIS ESTÁVEL PARA ESTIMULAR NOVOS INVESTIMENTOS NO SETOR SOLAR

O Perspectivas 2025 traz em destaque hoje (17) a visão de uma empresa que tem aproveitado o momento de expansão do segmento solar fotovoltaico no Brasil. A Nextracker, empresa que atua no fornecimento de rastreadores solares, celebrou no ano passado a marco de mais de 10 GW no Brasil de energia potencial gerada com o uso de seus rastreadores inteligentes. O Diretor Sênior de Desenvolvimento de Negócios da companhia, Nelson Falcão, lembra ainda que a indústria solar como um todo no país alcançou novos recordes em 2024, chegando no final do ano a aproximadamente 51 GW de potência instalada. Contudo, o executivo reforça também que o setor solar passou por algumas mudanças de regras, aumento de impostos e enfrentou ainda os chamados curtailments (redução deliberada da geração das renováveis para equilibrar a oferta e a demanda). “Em vista destes obstáculos, a sugestão seria de buscar um ambiente de negócios mais estável, principalmente levando em conta que projetos de maior porte, como a geração centralizada, levam de 3 a 4 anos entre o início do planejamento e data final de energização, e todas estas mudanças de regras acabam dificultando esse processo”, destacou o executivo.  

– Como foi o ano de 2024 para sua empresa e seu segmento de atuação?

– O ano de 2024 foi um ano em que a indústria solar bateu novos recordes, chegando no final do ano a aproximadamente 51 GW de potência instalada, incluindo plantas de pequeno porte, geração distribuída, e de grande porte, a geração centralizada. No final de 2023, tínhamos pouco menos de 38 GW, portanto tivemos um crescimento expressivo de 34% sobre o ano anterior. A Nextracker, como líder do mercado de seguidores no segmento de geração centralizada, o que representa 1/3 da potência instalada, vem acompanhando o desenvolvimento do mercado ao longo dos últimos anos.

  – Se fosse consultado, quais seriam suas sugestões para melhorar o ambiente de negócios no seu setor?

– Em 2024, tivemos o cancelamento em massa de vários ex-tarifários de módulos solares, que culminou com um aumento dos impostos de importação destes produtos para 25%, encarecendo os custos de construção das plantas de geração solar fotovoltaica. Tudo isto permeado por cortes severos de geração frequentes, “curtailment” no jargão da indústria, nas plantas em operação, principalmente em estados do Nordeste, causadas por mudança de procedimentos do Operador Nacional do Sistema, o ONS, em função do apagão de agosto de 2023.

Em vista destes obstáculos, a sugestão seria de buscar um ambiente de negócios mais estável, principalmente levando em conta que projetos de maior porte, como a geração centralizada, levam de 3 a 4 anos entre o início do planejamento e data final de energização, e todas estas mudanças de regras acabam dificultando esse processo.

  – A seu ver, de que forma os recentes acontecimentos nos cenários político e internacional nos EUA, Europa e Oriente Médio podem influenciar os negócios no Brasil?

– A indústria solar tem uma grande dependência de produtos e insumos importados, portanto são afetadas diretamente pelo cenário político internacional de forma direta por meio dos aumentos dos custos e prazos logísticos, e indiretamente pelas variações de câmbio e taxa de juros. Portanto os grandes eventos globais podem afetar negativamente o desenvolvimento da indústria solar. Além disto, muitas das empresas do setor têm operações globais, e ocorrendo a deterioração das condições de negócios no Brasil, a verba destinada a um projeto que seria construído no Brasil, pode rapidamente ser realocada para projetos em outros países que apresentem condições mais favoráveis.

 – Por fim, quais são as perspectivas de sua empresa para o ano de 2025?

– Em função das condições de negócios mencionadas acima, a ABSOLAR está prevendo para 2025 um mercado um pouco menor que o do ano passado, mas ainda significativo, da ordem de 13.2 GW de novas instalações, atingindo um total de 65 GW de capacidade instalada no ano.