NOMES DE 28 POLÍTICOS CITADOS POR PAULO ROBERTO INCLUEM MEMBROS DE CINCO PARTIDOS

Quando esteve pela última vez na CPI Mista do Congresso Nacional, o ex-diretor de abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa falou em “dezenas” de políticos envolvidos no esquema de desvios na estatal. Chegou a mencionar que seriam 35, mas não revelou quem seriam eles, dizendo que tudo constava nos depoimentos prestados ao Ministério Público e à Polícia Federal. Agora vem a público uma nova lista, desta vez com 28 nomes, publicada pelo jornal Estado de S. Paulo, incluindo o nome do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci. Com a citação de Palocci, as denúncias chegam próximas da presidente Dilma Rousseff novamente. De acordo com a reportagem, Palocci teria pedido R$ 2 milhões para a campanha de Dilma em 2010.

Os novos políticos citados, revelados pela reportagem, incluem o governador reeleito do Acre, Tião Viana (PT) e os deputados Vander Luiz dos Santos Loubet (PT-MS), Alexandre José dos Santos (PMDB-RJ), Luiz Fernando Faria (PP-MG) e José Otávio Germano (PP-RS). Somando toda a lista divulgada pelo jornal, há citações a membros de cinco partidos nacionais: PP (com 10), PT (com 8), PMDB (com 8), PSB (com 1) e PSDB (com 1).

Algumas informações obtidas pelo Estadão reiteram denúncias que tinham sido publicadas há alguns meses por outros veículos, como a revista Veja. Dentre elas, a denúncia feita por Costa de que teria pago R$ 1 milhão para a campanha ao Senado da ex-ministra da casa civil Gleisi Hoffmann em 2010; teria dado R$ 1 milhão à campanha de 2010 do senador Humberto Costa; teria intermediado o pagamento de R$ 20 milhões à campanha de Eduardo Campos para a reeleição ao governo de Pernambuco em 2010 (Campos faleceu em agosto deste ano, em acidente aéreo durante a campanha para a presidência da República); e o pagamento de R$ 10 milhões ao ex-presidente do PSDB Sergio Guerra, falecido em março deste ano, para que ele encerrasse uma CPI da Petrobrás realizada em 2009.

Além dessas denúncias, a reportagem afirma que Costa citou outros nomes de ex-governadores, ministros, senadores e deputados entre os envolvidos no esquema. A lista divulgada pelo jornal inclui ainda: o presidente do Senado, Renan Calheiros, o presidente da Câmara (PMDB), Henrique Eduardo Alves (PMDB), o Ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB), o ex-governador do Rio Sergio Cabral (PMDB), a ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney (PMDB), o ex-ministro das cidades Mário Negromonte (PP), o senador Lindbergh Farias (PT), o senador Delcídio Amaral (PT), o senador Valdir Raupp (PMDB), o senador Romero Jucá (PMDB), o senador Ciro Nogueira (PP), o senador Benedito de Lira (PP), o deputado federal Cândido Vaccarezza (PT), o deputado federal João Pizzolatti (PP), o deputado federal Simão Sessim (PP), o deputado federal Vander Loubet (PT), o deputado federal Alexandre José dos Santos (PMDB), o deputado federal Nelson Meurer (PP), o deputado federal José Otávio Germano (PP), o deputado federal Luiz Fernando Faria (PP), a deputada federal Aline Lemos Oliveira (PP) e o ex-deputado federal Pedro Corrêa (PP).

A lista divulgada se refere apenas aos nomes de políticos que teriam sido beneficiados pela diretoria chefiada por Costa, mas a Polícia Federal e a Procuradoria da República trabalham com outros nomes de políticos que se relacionavam com os ex-diretores da estatal Renato Duque (Serviços) e Nestor Cerveró (Internacional).

O acordo de delação premiada assinado por Costa com o Ministério Público já foi homologado pelo ministro Teori Zavascki, do STF, mas ainda falta a homologação do acordo fechado pelo doleiro Alberto Youssef, que inclui nomes iguais à lista de Paulo Roberto, além de alguns outros. No início de 2015, provavelmente em fevereiro, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve denunciar os políticos envolvidos no esquema de desvios da Petrobrás.