NORTE DO RIO CELEBRA INÍCIO DA SAFRA DE CANA E SE PREPARA PARA CRESCIMENTO EXPRESSIVO DO SETOR SUCROALCOOLEIRO

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O governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro, participou da missa que marcou o início da safra de cana

O Petronotícias abre o noticiário desta sexta-feira registrando um momento especial para a economia da região de Campos dos Goytacazes. Expressão máxima da indústria da cana no século XIX, o município viu a atividade perder força ao longo dos anos. No entanto, um movimento empresarial recente liderado pela MPE Participações em Agronegócios, em parceria com a Cooperativa Agroindustrial do Estado do Rio de Janeiro (Coagro), tem dado um sopro de frescor para o setor. Os números comprovam o renascimento da atividade sucroalcooleira na região. Para a nova safra, o grupo empresarial espera alcançar 1,2 milhão de toneladas de moagem. Dada a importância do momento, o início da safra foi celebrado em uma missa com mais de mil pessoas, incluindo a presença do governador do Rio, Cláudio Castro. Para falar mais sobre o reaquecimento da indústria da cana no Norte do Rio, conversaremos com o presidente da MPE Participações em Agronegócios, Renato Abreu. Atualmente, o grupo empresarial conta com uma usina em atividade (Sapucaia). Para o próximo ano, o objetivo é colocar em operação uma segunda unidade (Paraíso). “Para o médio prazo, daqui a dois anos, esperamos moer 1,7 milhão de toneladas em Sapucaia e outras 800 mil toneladas em Paraíso”, contou. O empresário disse que o setor sucroalcooleiro tem criado uma expectativa muito positiva na cidade, por conta da geração de novos postos de trabalho. “Levando em conta as atividades na indústria e na lavoura, estamos falando de 4 mil empregos. E, para o ano que vem, devemos agregar mais 2 mil empregos somente na usina Paraíso”, afirmou.

O senhor poderia começar nossa entrevista relembrando aos nossos leitores como começou esse movimento de renascimento da indústria sucroalcooleira no estado do Rio?

WhatsApp-Image-2021-05-17-at-17.09.00Em junho de 2013, um grupo de empresários coordenado por nós comprou a Usina Sapucaia, no município de Campos dos Goytacazes. A partir de então, começamos a reformar a planta, porque estava parada há alguns anos. A reforma da usina durou dois anos. Estabelecemos uma parceria com a Coagro para operar a usina Sapucaia e a primeira moagem de cana aconteceu na safra 2015/2016. 

Naquele momento, a região como um todo estava produzindo apenas 1,2 milhão de toneladas de cana. Foi aí então que esse grupo empresarial começou a plantar e, ao mesmo tempo, passou também a incentivar os pequenos produtores. Como resultado, hoje a produção de toda a região já está passando de 2,5 milhões de toneladas. 

Quais serão os próximos passos do grupo empresarial liderado pela MPE Participações em Agronegócios?

Estamos reformando uma segunda usina, chamada Paraíso. O grupo arrendou essa planta em 2019 por um período de 20 anos. Atualmente, estamos fazendo um investimento de mais de R$ 45 milhões para reformar a usina. Já investimos quase metade desses recursos na reforma de Paraíso. O nosso objetivo é iniciar a moagem de cana no próximo ano. Dessa forma, teremos uma usina do lado esquerdo do Rio Paraíba do Sul (Sapucaia) e outra do lado direito (Paraíso). Isso vai trazer ganhos logísticos, evitando, por exemplo, deslocamentos de caminhões para o transporte de cana.

A usina de Sapucaia tem capacidade de moagem de até 2 milhões de toneladas, enquanto que Paraíso pode moer até 1 milhão de toneladas. Ambas as unidades produzem tanto etanol quanto açúcar. 

Qual será a estratégia do grupo para ampliar a moagem nessas duas usinas?

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Mais de mil pessoas participaram do evento religioso

O objetivo é ampliar o plantio de cana na região. Para tal, arrendamos as terras do grupo Othon e plantamos 6.500 hectares. Ao todo, levando em consideração o grupo empresarial liderado por nós e nossos parceiros, contamos com 18.000 hectares de cana plantada, tanto em terras próprias quanto em áreas arrendadas. Podemos dizer, de fato, que esse é o renascimento do negócio sucroalcooleiro do estado do Rio de Janeiro.

Com o atual patamar de preço do petróleo, o etanol acompanha esse movimento e também está em um bom preço. A atividade tem sido rentável para os pequenos produtores. Hoje, a Coagro tem 4 mil pequenos produtores que fornecem cana para nosso grupo. Metade da cana moída por nós vem dos pequenos produtores, enquanto a outra metade é de produção própria. 

Quais são as suas perspectivas para a atividade sucroalcooleira no país? Pode apontar também alguns dos desafios do setor?

Vivemos atualmente um momento bastante propício para a atividade no Brasil, especialmente na nossa região de Campos. Mas temos alguns desafios. Um deles é que ainda precisamos melhorar a tecnologia para que a nossa produção seja, pelo menos, igual a de São Paulo. A nossa média por hectare é maior do que a do Nordeste, mas ainda é menor do que a de São Paulo. Então, temos que aprimorar a tecnologia, com adubagem, irrigação etc. 

No geral, estamos muito satisfeitos com a operação. A última safra foi muito boa e esperamos que a desse ano seja tão boa quanto. Estamos com uma parceria muito produtiva com a Coagro. Nosso relacionamento é excelente com o Frederico Paes, que é o presidente da Coagro; e o Paulo Bastos, que é o diretor financeiro. Tivemos muitos desafios nas primeiras safras, mas agora estamos deslanchando. Estamos partindo para a sétima safra, consolidando a recuperação do setor sucroalcooleiro na região e no Estado do Rio de Janeiro. 

Como a cidade de Campos e região têm reagido a esse reaquecimento no setor sucroalcooleiro?

WhatsApp-Image-2021-05-20-at-15.51.17Existe uma empolgação muito grande. Levando em conta as atividades na indústria e na lavoura, estamos falando de 4 mil empregos. E, para o ano que vem, devemos agregar mais 2 mil empregos somente na usina Paraíso. Só de mencionar esses números, é possível vislumbrar os efeitos positivos da atividade na região.

Por fim, poderia falar da expectativa em relação à nova safra?

Iniciamos a nova safra nesta semana e, para marcar o momento, foi realizada uma missa com mais de mil pessoas. Tivemos ainda a presença do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro. A nossa expectativa é alcançar 1,2 milhão de toneladas de moagem nesta safra. Para o médio prazo, daqui a dois anos, esperamos moer 1,7 milhão de toneladas em Sapucaia e outras 800 mil toneladas em Paraíso. Mirando nesse objetivo, como disse anteriormente, estamos ampliando a nossa plantação de cana. 

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Cleber

Eu ouvi irrigação? Essas plantações não são irrigadas, isso é péssimo, eu achei que já era irrigada. O que falta no empresariado do Rio de Janeiro é comprometimento e coragem de agir, alcançar São Paulo, nunca, porque esse estado não brinca com investimento como no Rio que faz de conta. É por isso que esse estado não anda pra frente, só pra traz. Se tem que fazer faça e não fica enrolando.