NOVA ENGEVIX FAZ OPERAÇÃO FINANCEIRA PARA REINICIAR OBRAS DA USINA SÃO ROQUE E PREVÊ RETOMAR NEGÓCIOS COM A PETROBRÁS
Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –
O Grupo Nova Participações, controlador da Nova Engevix, se movimenta para deixar as dificuldades do passado recente para trás e retomar os negócios. Em entrevista ao Petronotícias, o acionista da holding, José Antunes Sobrinho, contou que uma das prioridades da companhia neste momento é a conclusão da construção da Usina Hidrelétrica de São Roque, em Santa Catarina. Para levantar os recursos necessários para o empreendimento, a Nova Engevix está aguardando a conclusão de uma movimentação coordenada pelo banco de investimentos Arctic Securities. “A operação, que consiste na emissão de debêntures pela instituição norueguesa, envolve um total de US$ 90 milhões em dívidas emitidas”, disse o executivo. Sobrinho afirma ainda que a companhia está “renegociando as dívidas com o BNDES e o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE)”. Para a área de óleo e gás, o entrevistado declarou que graças ao acordo de leniência recentemente firmado, a Nova Engevix poderá voltar a operar com a Petrobrás “em futuro próximo”.
Gostaria de começar perguntando sobre as mudanças realizadas no compliance da empresa. O senhor poderia citar as mudanças implementadas depois de 2017?
A partir de 2017, criou-se uma área específica para temas de ética e integridade, em conjunto com o departamento responsável pelo Sistema Integrado de Gestão (SIG), por acreditar que as experiências adquiridas com um sistema de gestão pudessem contribuir com a implantação do Programa de Integridade, viabilizando a criação e instituição do Programa de Integridade, marcando a nova filosofia do Grupo Nova Participações. Também foi criado o Comitê Independente de Compliance, constituído por profissionais experientes no assunto, na qualidade de consultores externos, de forma que a atuação se dê totalmente independente e autônoma.
Esse Comitê possui papel consultivo, apresentando recomendações e melhores práticas a serem observadas na condução do Programa de Integridade. Com a reestruturação da área de Ética e Integridade, atualmente Diretoria de Governança e Integridade, em 2019, o Programa sofreu importantes e benéficas atualizações como a revisão do Código de Conduta e criação de políticas e procedimentos que visam, principalmente, a prevenção, detecção e remediação de possíveis atos de fraude e corrupção, tendo destaque a implementação do processo de Due Diligence de Terceiros. Além do aumento no quadro de colaboradores com dedicação exclusiva à execução e aperfeiçoamento do Programa de Integridade e a confecção do Risk Assessment (mapa de riscos) por empresa terceirizada, que viabilizou a identificação e criação de mecanismos de mitigação de possíveis riscos de integridade aos quais o Grupo empresarial possa estar exposto.
Com o êxito na assinatura do Acordo de Leniência, as empresas se comprometeram em continuar o trabalho de aperfeiçoamento do Programa de Integridade através da implementação de melhorias em sua Governança e o fortalecimento das suas políticas, controles e processos, sendo esse trabalho diretamente monitorado pela CGU. Todo esse processo possui como foco principal a disseminação e solidificação de condutas pautadas em critérios de ética, probidade e integridade na condução dos negócios do Grupo Nova Participações
O senhor pode nos revelar quando serão retomadas as obras da UHE São Roque e como a empresa levantará os R$ 380 milhões necessários?
As obras têm previsão de serem retomadas no fim de março e início de abril deste ano, condicionadas ao sucesso de uma operação para levantar recursos coordenada pelo banco de investimentos Arctic Securities. A operação, que consiste na emissão de debêntures pela instituição norueguesa, envolve um total de US$ 90 milhões em dívidas emitidas.
O senhor também pode nos dar mais detalhes sobre os planos do Grupo Nova para recuperar o estaleiro Rio Grande?
Como é sabido, o Plano de Recuperação Judicial foi homologado e, neste período, estamos focando em atividades de manutenção e conserto de embarcações, além de participar do mercado de FPSOs, que serão integrados ao cais. Também estamos sucateando as Plataformas P-71 e P-72 da Petrobras/Sócios, em cumprimento ao acordo feito com essa empresa, para deixar o estaleiro limpo e pronto para atender às novas demandas. Esta operação consiste em cortar e remover 65 mil toneladas de mega blocos que hoje comprometem o uso adequado do dique seco e de outras instalações do Estaleiro. Realizamos ainda a manutenção das instalações, deixando-as aptas para voltar à operação imediatamente.
Quais são os planos do Grupo Nova para o mercado de óleo e gás? Pretendem alguma iniciativa nesse segmento?
Os planos são aqueles concernentes ao Plano de Recuperação Judicial do Estaleiro e as ações que visam sua retomada operacional.
Que tipos de negócios a empresa quer desenvolver na região Sul do País?
Neste momento, a prioridade da companhia é a conclusão da Usina São Roque, na qual já foram investidos cerca de R$ 700 milhões. Para tanto, estamos renegociando as dívidas com o BNDES e o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). Contudo, independentemente desta obra, seguimos desenvolvendo outros projetos na área de energia.
A empresa ainda está impedida de ser contratada pela Petrobrás. Mas já existem medidas em curso ou sendo planejadas para tirar o nome da empresa dessa lista?
Com o acordo de leniência recentemente firmado, poderemos voltar a operar com a Petrobrás, em futuro próximo. Somos um Grupo seguro para fazer negócios com Ética e com Governança séria.
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