NOVA PESQUISA DA AMCHAM BRASIL REVELA OS DESAFIOS PARA IMPLANTAÇÃO DE AÇÕES DE ESG NA INDÚSTRIA DO PAÍS
A Amcham Brasil, em parceria com a Humanizadas, lançou o estudo “Panorama ESG Brasil 2023”. A pesquisa indica que alcançar a maturidade da agenda ESG (sigla em inglês para meio ambiente, social e governança) no Brasil é um processo de longa duração, com vitórias já conquistadas, mas com obstáculos claros a serem superados pelos líderes públicos e privados. O estudo contou com respostas de 574 executivos, em sua maioria de grandes e médias empresas (70%), que juntas são responsáveis por quase meio milhão de empregos diretos e por um faturamento de R$ 762 bilhões anuais. Ao responder sobre quem deve liderar a agenda ESG, a maioria dos participantes indicou a responsabilidade de CEOs, Presidentes e Vice-presidentes de empresas (82%) e do governo (69%). Também foram citados os Bancos e Fundos de investimentos (51%), ONGs e Associações (49%), Diretores (47%) e Conselheiros (43%)
“Os empresários reconhecem que a agenda ESG é coletiva, envolvendo atores em várias camadas das esferas pública e privada. Mas eles também entendem, de forma inequívoca, que a liderança desta agenda deve ser exercida pelo C-level das empresas e pelo governo. Essa conclusão evidencia a importância do engajamento em alto nível para acelerar a adoção de práticas e os investimentos ESG no Brasil”, afirmou o CEO da Amcham, Abrão Neto.
A pesquisa também aponta como fatores críticos de sucesso na implementação de práticas ESG a capacitação das lideranças e colaboradores das organizações (48%), ações de conscientização (47%), o desenvolvimento de uma cultura forte de sustentabilidade (43%) e a previsão de orçamento dedicado para investimentos em iniciativas ESG (40%).
A sondagem revelou que 47% das empresas respondentes são referência de mercado ou estão adotando práticas ESG. Em complemento, 31% dos participantes estão planejando implementar essas medidas. “Segundo a pesquisa, a curva de adoção de práticas ESG está prestes atingir o chamado ponto de inflexão, o que ocorre quando mais de 50% das empresas estiverem efetivamente inseridas na agenda ESG. A perspectiva é de nítida evolução para um mercado cada vez mais responsável do ponto de vista ambiental, social e de governança”, comenta Abrão Neto.
O estudo revela que 62% possuem familiaridade com ações e estratégias ESG. Enquanto 42% indicam ter experiência e/ou conhecimento razoável sobre essa pauta, outros 20% já se consideram detentores de ampla experiência e/ou conhecimento. Por outro lado, 32% possuem dúvidas sobre alguns aspectos relacionados ao tema.
Nesse contexto, os principais desafios estão relacionados a dificuldade de mensurar e monitorar indicadores ESG (38%), ausência de uma cultura forte de sustentabilidade (32%), falta de recursos financeiros para investimentos (27%) e falta de conhecimento interno (27%). Os principais motivadores apontados pelas empresas para incorporar práticas ESG são o fortalecimento da reputação de mercado (61%), impacto positivo em questões socioambientais (57%) e redução de riscos ambientais, sociais e de governança (40%). Na avaliação da Amcham, o processo em curso de amadurecimento e maior conscientização sobre os benefícios inerentes às práticas ESG levará gradualmente ao aumento da percepção das empresas sobre os impactos positivos desse comportamento para as questões socioambientais líderes.
Entre as principais ações de impacto ambiental em curso pelas empresas estão as práticas de reciclagem e reuso de materiais (46%), a otimização do uso de recursos naturais (45%) e o investimento em inovação com vistas a produtos e serviços sustentáveis. Por outro lado, apenas 25% delas estão executando ações para reduzir impactos na biodiversidade e 14% para compensar ou reduzir emissões de GEE. Na dimensão social, mais da metade das empresas buscam capacitar os seus colaboradores (62%), desenvolver uma cultura de diversidade e inclusão (58%) e adotar políticas de remuneração justa e benefícios (51%).
Na esfera de governança, destacam-se a adoção de código de ética e política anticorrupção (54%), de políticas de transparência e governança (47%), bem como de comitês ou equipes focados em ESG (30%). Todavia, apenas 20% priorizam investimentos a partir de critérios ESG e somente 16% utilizam certificações ou avaliações de rating ESG.
“É papel das empresas investir em educação corporativa e estabelecer uma cultura forte de responsabilidade ambiental e social. É atribuição do governo criar políticas públicas para estimular a adoção dessas práticas ESG. A combinação de ambos os esforços potencializa os resultados em favor de toda a sociedade”, concluiu Abrão Neto.
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