NOVA POLÍTICA DE DIVIDENDOS DA PETROBRÁS AGRADA O MERCADO E A FEDERAÇÃO DOS PETROLEIROS
Um consenso que não é muito comum de ser visto. Os investidores e os petroleiros estão de acordo em relação à nova política de dividendos da Petrobrás. De um lado, as ações da companhia na Bolsa de Valores B3 subiram consideravelmente ao longo desta segunda-feira (31). No momento da última edição dessa reportagem, os papéis acumulavam alta acima de 4% na comparação com o fechamento anterior. Em uma avaliação geral, as mudanças implementadas vão, de fato, reduzir os pagamentos a investidores. Contudo, o corte será menor em relação ao que era esperado.
A Petrobrás detalhou a nova política de dividendos no final da última semana. A empresa explicou que reduziu o percentual de remuneração aos acionistas de 60% para 45% do fluxo de caixa livre (diferença entre o fluxo de caixa operacional e os investimentos). A nova fórmula de remuneração já deve entrar em vigor na distribuição de dividendos relativa ao segundo trimestre deste ano.
A novidade foi também bem aceita pela Federação Única dos Petroleiros (FUP). A entidade disse que a mudança na política de dividendos é mais uma medida que vai na direção da reconstrução e fortalecimento da empresa. “Aos poucos vêm sendo desmontadas as armadilhas que aprisionaram e desnutriram a Petrobrás em favor da transferência de riqueza para acionistas minoritários e em detrimento dos investimentos da empresa”, disse o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar.
O sindicalista disse ainda que a medida se soma ao novo mecanismo de comercialização de combustíveis implementado a partir de maio pela nova gestão da estatal, que pôs fim à equivocada política de preço de paridade de importação (PPI). “Está sendo estancada a sangria da empresa que, em 2022, distribuiu o recorde de R$ 215,8 bilhões em remuneração aos acionistas, turbinada pelos fortes lucros decorrentes da alta dos preços, reajustados pelo PPI. O que esperamos agora, para breve, são mudanças também no plano estratégico da Petrobrás, projetando a empresa para o futuro, com investimentos de longo prazo”, concluiu Bacelar.
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