NOVA TECNOLOGIA PARA O MERCADO DE MINERAÇÃO UNE DUAS GRANDES EMPRESAS

A Liderroll está em vias de fechar uma parceria com a Braskem para a produção de roletes com material de alta performance, que serão utilizados principalmente em correias transportadoras de minério. O presidente da Liderroll, Paulo Fernandes, conversou com o repórter Daniel Fraiha e contou que estima fabricar até 2 milhões de roletes nos próximos dois anos.

Como surgiu a parceria?

A Braskem desenvolveu um novo polímero de alta performance, que é muito mais interessante para a indústria do que o aço em correias transportadoras, e nos procurou para formarmos uma parceria. Como a Liderroll detém a patente dos roletes, eles nos chamaram para fabricar o equipamento a partir da utilização do material que desenvolveram.

Qual será o mercado consumidor do novo produto?

Principalmente o mercado de mineração, porque hoje as correias transportadoras de minério são de aço, o que demanda uma energia muito grande, além de sofrer muita corrosão. Mas também terá aplicação em outros setores, com desdobramentos para o transporte de grãos, da indústria farmacêutica, da área alimentícia, entre outros.

Quais são as principais diferenças do modelo atual para o novo?

Em primeiro lugar, haverá uma redução substancial no peso da estrutura, que chega a ser 80% mais leve do que o aço. A partir daí já temos uma grande economia de energia, porque a força necessária para colocar os equipamentos em movimento passa a ser muito menor. Outra grande evolução é o fato de o polímero de alta performance não sofrer corrosão. Com isso, o rolete passa a ter uma vida útil até cinco vezes maior do que o rolete convencional. Além disso, os roletes não precisarão de lubrificação, como acontece com os de aço, de modo que o processo não será contaminado pelo óleo. Isso vai revolucionar o mercado.

Em que passo está a formalização do contrato com a Braskem?

A parceria está em discussão de análise jurídica.

Qual será a capacidade de produção?

Estimamos que nos dois primeiros anos devemos produzir entre 1,5 milhão e 2 milhões de roletes, porque os mercados são muito amplos. Temos em vista tanto o mercado de manutenção preventiva, que trocará seus roletes pensando no futuro, quanto o mercado corretivo, que precisará substituir peças no fim da vida útil. Isso sem contar todos os novos empreendimentos que ainda surgirão e vão precisar dos roletes.

Existe a intenção de expandir a venda do produto para o exterior?

Como o produto é extremamente inovador, tanto na forma, quanto na tecnologia dos materiais envolvidos, a princípio vamos atacar o mercado interno, que já promete bastante, mas há grande interesse no mercado externo também. Um fato interessante é que mesmo com a parceria ainda não 100% fechada, já fomos consultados por empresas tanto do Brasil quanto do exterior.