NOVO ESTUDO DA FGV REVELA QUE INVESTIMENTO EM NUCLEAR TEM GRANDE IMPACTO POSITIVO NO PIB E NA GERAÇÃO DE EMPREGOS NO PAÍS
Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –
Um novo estudo apresentado hoje (29) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), durante evento na sede da instituição, no Rio de Janeiro, revelou novos números dos efeitos econômicos positivos gerados pelos investimentos em energia nuclear. De acordo com o trabalho (disponível neste link), que foi solicitado pela Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares (ABDAN), cada R$ 1 bilhão investido na fonte gera 22,5 mil empregos no país e um acréscimo de R$ 2 bilhões para o PIB nacional, além de um aumento de R$ 3,1 bilhões na produção do país. O presidente da ABDAN, Celso Cunha, destacou que o novo estudo servirá de subsídio para futuras discussões em Brasília sobre a importância da energia nuclear.
“Nesse momento em que o setor vive as discussões sobre a continuidade do projeto de Angra 3, a necessidade de extensão da vida útil de Angra 1 e os recursos para as empresas do setor, é fundamental ter um estudo como esse. Vamos apresentar todos esses dados e informações ao governo, destacando o impacto positivo da fonte nuclear no PIB e na geração de empregos“, disse Cunha na abertura do evento. “Nós levaremos essas informações ao maior escalão de poder em Brasília”, complementou.
O superintendente da FGV, Márcio Couto, coordenou o estudo e apresentou os principais dados durante o evento. Ele destacou que o Rio de Janeiro é o estado que mais se beneficia com esses recursos destinados à tecnologia nuclear. Dos R$ 2 bilhões de acréscimo no PIB nacional previstos pelo estudo, cerca de R$ 1,6 bilhão ficará no estado fluminense. Em paralelo, do total de novos postos de trabalho previstos para país, uma parcela de 17 mil empregos (75% do total estimado na pesquisa) será gerada no Rio de Janeiro.
Couto também explicou que outra relevante contribuição das atividades nucleares está na medicina nuclear. Segundo o estudo, esse setor deve alcançar um faturamento de R$ 535 milhões até 2036 no Brasil, realizando 3,8 milhões de procedimentos e empregando diretamente 8,3 mil pessoas. O segmento demonstra um notável potencial de crescimento, o que amplia os impactos socioeconômicos positivos gerados.
Outra janela de oportunidade está na mineração de urânio. O Brasil detém vastas reservas desse mineral, que estão estimadas em 277 mil toneladas, correspondendo a aproximadamente 5% das reservas globais. Com apenas 30% do território prospectado, o país figura como o 7º maior detentor mundial desse mineral estratégico. O pesquisador da FGV declarou que essas reservas representam uma oportunidade significativa para o Brasil expandir suas atividades nucleares e capitalizar a crescente demanda por energia nuclear no cenário internacional. Prevê-se que o mundo necessitará de cerca de 109 mil toneladas de urânio até 2035.
Por fim, Couto lembrou do potencial dos chamados Pequenos Reatores Modulares (SMRs). Esses modelos de pequena escala têm como principal característica ter menor capacidade de geração de energia (até 300 MWe), enquanto as usinas convencionais produzem pelo menos 700 MWe. “Essa tecnologia pode ser aplicada em áreas rurais, com pouca infraestrutura elétrica. Também pode substituir geradores a diesel, reduzindo as emissões de gases do efeito estufa. Além disso, os SMRs têm a vantagem de exigirem um menor tempo de fabricação, bem como vantagens de custos”, afirmou Couto. O cenário projetado para 2035 é de que os SMRs estejam respondendo por 20.000 MWe de energia no mundo.
O Secretário Interino da Energia e Economia do Mar do Rio de Janeiro, Felipe Peixoto (foto à direita), que também participou do evento de lançamento falou que o governo está fazendo todos os esforços para a conclusão da usina Angra 3, além de avaliar medidas para desenvolver uma cadeia produtiva para o setor. Peixoto representou o secretário Hugo Leal, que retomou seu mandato de deputado federal para participar de algumas votações na Câmara dos Deputados.
Diversos representantes da indústria de energia e do setor nuclear participaram do evento de lançamento, entre eles: Leonam Guimarães (diretor técnico da ABDAN), Raul Lycurgo (presidente da Eletronuclear), Adauto Seixas (presidente da INB), Ivan Dybov (presidente da Rosatom América Latina), Patrícia Wieland (conselheira da ABDAN), Beatriz Leme (conselheira da ABDAN), Carlos Freire (presidente da ABEN), Carlos Quintela (diretor da FGV Energia), Orpet Peixoto (vice-presidente do Conselho Curador da ABDAN), entre outros.
Veja abaixo algumas fotos do evento:
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