NOVO ESTUDO DA FIRJAN INDICA QUE DEMANDA INDUSTRIAL DE GÁS NO RIO DUPLICARÁ NOS PRÓXIMOS CINCO ANOS

Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –

A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) lançará hoje (18) a nova edição do estudo “Perspectivas do Gás no Rio 2021”, apontando diversas projeções para esse energético no mercado fluminense. O Petronotícias teve acesso a alguns dos dados do documento, que será oficialmente apresentado durante webinar no canal da Firjan no Youtube, a partir das 16h. A pesquisa conta com um Mapeamento de Demanda de Gás Natural. Na região industrial estudada, foi possível verificar que o consumo atual de gás corresponde a um volume superior a 680 mil m³/dia. Para os próximos cinco anos, essa demanda tende a duplicar. Olhando para o horizonte de dez anos, a necessidade de gás natural pode crescer em mais de 10 vezes na comparação com o atual volume de consumo.

Em relação à oferta, o estudo lembra da importância da finalização e entrada em operação do gasoduto Rota 3 e da UPGN do polo Gaslub Itaboraí (antigo Comperj), previstos para 2021. O gás escoado pela Rota 3 será processado e conectado à malha de gasodutos de transporte da NTS. Esses investimentos serão importantes para ampliar a disponibilidade dos volumes produzidos nos dois principais campos produtores de gás natural do país, Tupi e Búzios. Juntos, essas duas áreas foram responsáveis pela reinjeção de cerca de 40 milhões de m³/dia em 2020. O volume supera em 45% as importações no mesmo ano.

Ilustração da Rota 4, que ligará a Bacia de Santos ao Porto de Itaguaí

Nesse sentido, o estudo da Firjan afirma ainda que enquanto a produção de gás no Rio de Janeiro cresceu quase três vezes nos últimos 10 anos, os volumes reinjetados dispararam em um ritmo muito maior, subindo mais de 80 vezes em comparação aos volumes de consumo de gás natural no país em 2020. Já o consumo de gás natural no estado dentro do chamado mercado não termoelétrico teve queda de 11% em relação ao volume de pico demandado no ano de 2019.

Falando sobre novas rotas, a pesquisa avalia que o Porto de Itaguaí é um destino potencial para o Rota 4, o que poderia tornar a região em mais um hub de gás, de acordo com o Plano de Negócios 2021 lançado pela Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ). Segundo dados do Plano Indicativo de Processamento e Escoamento de Gás Natural, da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o custo de investimento dessa linha, com seus 299 km de extensão, estaria em torno de R$ 4,8 bilhões. Já uma UPGN indicativa na retroárea do Porto de Itaguaí, com capacidade de processamento de 20 milhões de m³/d de gás úmido proveniente do pré–sal da Bacia de Santos, teria um custo de investimento de R$ 3,5 bilhões.

A pesquisa da Firjan também terá dados sobre os preços, que ficaram mais salgados. Apesar da queda em um primeiro momento de pandemia no ano de 2020, o valor do gás no Rio de Janeiro em R$/m³ quase duplicou nos últimos nove meses. Atualmente, o preço do gás industrial praticado pela CEG-Rio no Estado do Rio de Janeiro gira em torno de 1,9 R$/m³.

Uma das novidades da edição desse ano do “Perspectivas do Gás no Rio 2021” é que o documento será acompanhado com uma plataforma Power BI (que poderá ser acessada neste link), com dados dinâmicos que serão atualizados ao longo do ano. A abertura do evento de apresentação do estudo será feita pelo presidente da Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira (foto principal), que será acompanhado pelo superintendente da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Hélio da Cunha; e pela diretora da EPE, Heloisa Borges.

Também estarão presentes: a diretora-executiva de Gás Natural do IBP, Sylvie D’Apote; o vice-presidente da ABiogás, Gabriel Kropsch; o diretor-presidente da ATGás, Rogério Manso; o presidente da ABRACE, Paulo Pedrosa; e o coordenador de Relacionamento Estratégico em Petróleo, Gás e Naval da Firjan, Fernando Montera. A moderação do webinar ficará com a gerente de Petróleo, Gás e Naval da Firjan, Karine Fragoso. O link para a transmissão do evento já está disponível.