NOVO LEILÃO DE ENERGIA A-5 ATRAIU INVESTIMENTOS SUPERIORES A R$ 3 BILHÕES

Rui-Altieri_2-750x430O Leilão de Energia Nova A-5 realizado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) nesta quinta-feira (30) atraiu investimentos da ordem de R$ 3,067 bilhões. Os recursos viabilizarão obras de 40 usinas, que somam 860,796 MW de potência e fornecerão energia elétrica para atender a demanda do mercado de distribuidoras a partir de 2026. Foram negociados contratos de geração hídrica, eólica, solar e de térmicas que utilizam como combustível biomassa e resíduos sólidos. Este foi o terceiro leilão de energia nova organizado em 2021. O deságio médio das negociações foi 17,48%. O presidente do Conselho de Administração da CCEE, Rui Altieri, avaliou o desempenho do certame, considerado muito bom: “Especificamente na contratação de térmicas, nós conseguimos um deságio de 25,68%, com a comercialização de energia de usinas a biomassa. O resultado vai ao encontro do nosso objetivo de modernizar o parque brasileiro e substituir usinas mais caras por empreendimentos mais baratos”.

Com o sucesso nas negociações, fechando contratos por preço abaixo do valor nominal, a economia obtida foi de R$ 1.269 bilhão. André Patrus (foto à direita), gerente executivo dapatrus Secretaria Executiva de Leilões do órgão regulador, considerou que o leilão foi muito bem-sucedido, haja vista a contratação de toda a demanda declarada pelas distribuidoras. “O cadastramento dos empreendimentos pela EPE mostrou o interesse dos empreendedores em participar do certame e o nível de competição. Essa oferta provavelmente se refletirá em boa competição e bons deságios também nos futuros leilões”, avaliou. No lado comprador, cinco distribuidoras apresentaram demanda para adquirir a energia oferecida pelas usinas participantes (CELPA, CEMAR, CPFL Jaguari, CPFL Paulista e Light). Com os acordos firmados, elas serão abastecidas pelos empreendimentos contratados por até 25 anos, a depender do tipo de fonte. Em relação à geração de eletricidade a partir de resíduos sólidos, este foi o primeiro leilão que considerou esse tipo de combustível. A energia será fornecida por uma usina localizada na região de Barueri (SP).

ENTIDADES DE CLASSE COMEMORAM O RESULTADO DO LEILÃO

newton-duarteNa avaliação do presidente executivo da Associação da Indústria de Cogeração de Energia (Cogen), Newton Duarte (foto à esquerda), a participação da biomassa no certame foi muito interessante. Segundo ele, a competitividade das biomassas, ofertando valores inferiores às médias observadas dos leilões anteriores, é outro indicador do interesse desta indústria na cogeração e exportação de energia para o Sistema Interligado Nacional (SIN).

“O desenvolvimento das usinas de cogeração a biomassa e das Usinas Hidrelétricas faz enorme sentido para o Setor Elétrico Brasileiro (SEB) já que a complementariedade destas fontes nas regiões Sudeste/Centro-Oeste (SE/CO) é de absoluta importância para a manutenção dos reservatórios do subsistema“, disse Duarte.

A Cogen agora aguarda o leilão de potência no final do ano, destinado ao atendimento a partir de 2026. “Esperamos poder contar com a participação também dos empreendimentos existentes, os quais deverão ter seus contratos com vencimentos até 2025, e poderão, assim, continuar a dar suas contribuições — especialmente durante o período de reservatórios deplecionados, quando o atendimento à potência se torna mais crítico, especialmente durante os dias mais quentes”, concluiu Newton.

Foto Yuri SchmitkeO leilão de hoje também foi o primeiro a contratar energia a partir de resíduos sólidos urbanos (RSU) no Brasil. Ao todo, foram cadastrados doze projetos WTE (waste-to-energy), totalizando 315 MW. A empresa URE Barueri vendeu 12 MW, o que corresponde a 75% de sua capacidade total ofertada. O custo marginal de referência para WTE foi de R$ 639,00/MWh e a URE Barueri fechou o valor em R$ 549,35 MWh. O fornecimento de energia iniciará em 1º de janeiro de 2026, com duração entre 15, 20 e 25 anos.

O presidente da ABREN (Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos, Yuri Schmitke (foto à direita), comentou que o “resultado foi positivo e o setor se prepara para participar de outros leilões”.

Veja abaixo um resumo dos resultados do leilão:

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