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NOVO PLANO DECENAL DE ENERGIA PREVÊ CRESCIMENTO MÉDIO DA ECONOMIA BRASILEIRA DE QUASE 3% ATÉ O HORIZONTE DE 2035

53222309140_491601cf2a_c (2)O governo federal iniciou oficialmente a divulgação das primeiras diretrizes do novo Plano Decenal de Energia (PDE), ferramenta estratégica que aponta os caminhos esperados para a expansão do setor energético no horizonte de uma década. O primeiro volume temático do plano, apresentado nesta semana pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), traça um panorama geral da evolução da economia brasileira até 2035, com hipóteses que irão nortear o planejamento energético de longo prazo no país. No cenário-base adotado, a projeção é de um crescimento médio anual de 2,8% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro ao longo do período.

De acordo com a EPE, presidida por Thiago Prado (foto), no curto prazo há sinais positivos de desaceleração da inflação e de recuo das taxas de juros para níveis mais baixos. Já no médio prazo, a expectativa é de uma trajetória mais estável de crescimento econômico, sustentada por um ambiente de negócios mais atrativo, por aportes mais expressivos, pela redução da taxa Selic e por uma recuperação da demanda interna. “Espera-se que a aprovação do arcabouço fiscal e da reforma tributária gerem impactos positivos sobre a confiança dos agentes, entretanto os resultados mais significativos devem acontecer no longo prazo”, detalha a EPE no documento.

Evolução da economia brasileira no horizonte até 2035 - clique para ampliar

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No contexto externo, a estimativa é de que o PIB global avance, em média, 3% ao ano, acompanhado por um incremento anual de 3,3% no comércio internacional, com ênfase no protagonismo crescente das economias emergentes no cenário mundial.

O documento também traz um estudo demográfico, indicando que a população brasileira deve crescer a uma taxa anual de 0,3% na próxima década, enquanto o número de residências aumentará a um ritmo de 1,2% ao ano. Essa diferença resultará em uma queda na média de moradores por domicílio, que passará para 2,5 até 2035 — reflexo do crescimento da renda e da redução do déficit habitacional.

Em relação ao desempenho dos setores econômicos, o cenário de referência indica que a agropecuária deverá registrar uma expansão média de 3% ao ano, a indústria crescerá 2,6% ao ano e os serviços, 2,9%.

As estimativas para o setor agropecuário consideram as projeções do Ministério da Agricultura, que apontam bom desempenho na produção de grãos e proteínas animais nos próximos dez anos.

ferroA indústria extrativa — especialmente de minério de ferro e minerais considerados estratégicos — também deve se beneficiar da crescente demanda externa e da agenda global de transição energética. A produção de petróleo, por sua vez, deve avançar de forma expressiva na primeira metade do período, mas com tendência de desaceleração nos anos finais, reduzindo seu peso na matriz produtiva.

A atividade industrial como um todo poderá se beneficiar ainda dos investimentos em infraestrutura previstos para os próximos anos — principalmente a partir de 2030 —, além de incentivos relacionados a políticas de reindustrialização e redução do chamado “Custo Brasil”. A reforma tributária também deve contribuir para ganhos de eficiência e competitividade das empresas, embora seus efeitos sejam mais perceptíveis apenas fora do horizonte do PDE 2035, devido ao tempo de maturação das medidas.

Além do cenário principal, o documento apresenta dois cenários alternativos, pensados para lidar com as incertezas inerentes ao planejamento de longo prazo. No cenário mais pessimista, marcado por condições macroeconômicas desfavoráveis, o crescimento médio do PIB seria limitado a 1,9% ao ano, com fraco desempenho dos setores industrial e de serviços. Já no cenário mais otimista, sustentado por maior estabilidade, confiança e volume de investimentos, a economia brasileira poderia crescer em média 3,9% ao ano, com impactos mais robustos sobre a renda, o consumo interno e a atividade produtiva, em especial na indústria e nos serviços.

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