NOVO SISTEMA FAZ MONITORAMENTO DE DADOS EM TEMPO REAL E ONLINE

A Geovoxel é uma empresa residente da incubadora da Coppe/UFRJ que trabalha com sistemas de monitoramento de dados relativos a projetos de engenharia, tanto civil, quanto de petróleo e gás. Ela traz uma tecnologia inovadora, que atualiza a informação em tempo real e envia os dados por internet ou via satélite para computadores ou celulares. O Diretor Executivo da empresa, Paulo Garchet, conversou com o repórter Daniel Fraiha e contou como a empresa está começando a entrar na área de óleo e gás.

Qual a relação da Geovoxel com a área de óleo e gás?

A Geovoxel é uma empresa com foco em sistemas de monitoramento de dados, com um processamento de alta tecnologia, que podem ser utilizados de várias formas pelo setor. Ano passado criamos o sistema GVX, que realiza o monitoramento, integra e processa os dados gerados por instrumentos e sensores e acopla a fonte a um banco de dados central.

Como funciona o sistema?

Ele coleta dados de todos os sensores espalhados ao longo da obra, duto ou o que for desejado, integra tudo em um banco e processa para levar o resultado a quem for responsável pela decisão que deve ser tomada. É um sistema que tem um filtro de dados de não-conformidade, que emite alertas quando algum dado ou informação sai do padrão. Sua estrutura é baseada no georreferenciamento e na análise espaço-temporal, ou seja, se um duto vai de São Paulo ao Amazonas e apresenta algum problema, o sistema aponta exatamente o local em que ocorreu, por quanto tempo foi objeto de alguma inconveniência, como um período de chuvas fortes, por exemplo, e atualiza todos os dados em tempo real e online, com a possibilidade de a pessoa acessar os mapas dinâmicos do computador ou do celular, se houver internet.

Já tem contratos com empresa do setor de óleo e gás?

Ainda não. Nós criamos a empresa no final do ano passado e agora começamos a entrar no mercado. Estamos com um projeto para a LLX, em que faremos a monitoração do pátio de minérios. O sistema já está pronto, serão 385 instrumentos para realizar a coleta de dados e, como o solo é mole, trabalhar com pilhas de minério é complicado. Nós teremos que manter o sistema pra evitar desalinhamento em alguma parte do porto.

As empresas do setor demonstraram interesse no sistema?

Ah, sim, mostraram. Em abril nós fizemos um seminário no Brasil sobre a geodecisão, que é a decisão em função de dados baseados no georreferenciamento, e trouxemos pessoas do Canadá, que é a referência mundial no assunto. Grandes empresas estiveram presentes, e muitas do setor de óleo e gás, como a Petrobras, a Schlumberger, a Vale… todas com muito interesse na idéia. Já estamos conversando com uma empresa que trabalha com análise de corrosão em dutos e devemos assinar um memorando de entendimentos em breve. Agora que nós estamos partindo com mais força para a área de óleo e gás, estamos cadastrando os fornecedores do Cenpes, fizemos uma apresentação formal para a Schlumberger, e temos alguns contatos com a Petrobras, mas ainda não fizemos apresentação.

Quais as expectativas para a área nos próximos anos?

Nossa visão do setor de petróleo é de que a demanda é exponencial, e nosso sistema pode ser utilizado de diversas formas. Pode ser aplicado durante a construção de equipamentos; em complexos industriais – inclusive porque as refinarias estão cada vez mais complexas, com uma infinidade de dutos – e no offshore, também na parte do pré-sal. Existe uma negociação do governo com a Petrobras que será muito importante para o futuro, mas não há dúvida de que a exploração do pré-sal passa pelo desenvolvimento de novas tecnologias, e é nisso que a gente está focado.