NOVOS DESENVOLVIMENTOS DE CAMPOS NO BRASIL VÃO RECEBER US$ 36 BILHÕES EM INVESTIMENTOS ATÉ 2025
Com uma carteira invejável de novos desenvolvimentos de campos offshore, o Brasil deve atrair cerca de 10% dos recursos destinados a novos projetos em óleo e gás em todo o mundo até 2025. Além disso, o país receberá um total de US$ 36,7 bilhões em investimentos nesse período, que serão aplicados no desenvolvimento de ativos offshore. O cálculo é da Rystad Energy, que relembra ainda que as operadoras presentes no Brasil sancionaram 10 projetos ao longo do último ano. Para o futuro, uma série de outros desenvolvimentos também estão planejados, incluindo o projeto de revitalização de Barracuda-Caratinga, a descoberta de Natator, o projeto Neon da Karoon e os FPSOs adicionais em Sépia e Atapu.
A Rystad ressalta que o impulso sancionador de petróleo e gás no Brasil aumentou no ano passado depois de estagnar em 2020 devido à pandemia de covid-19. Entre os projetos aprovados em 2021, estão quatro empreendimentos da Petrobrás: Mero 4, FPSO Maria Quitéria (Parque das Baleias) e os FPSOs Búzios 6 e 7. Antes, a petroleira brasileira já havia anunciado a sanção de grandes empreendimentos em 2019, incluindo Búzios 5, Mero fase 2 e os projetos de revitalização do campo de Marlim (FPSOs Anita Garibaldi e Anna Nery).
Além da Petrobrás, as empresas internacionais de petróleo também contribuíram para a crescente carteira de desenvolvimentos no Brasil. A lista abrange os planos de redesenvolvimento brownfield da Perenco nas áreas de Vermelho, Carapeba e Pargo, aprovados em janeiro de 2021. Enquanto isso, a australiana Karoon se prepara para o desenvolvimento de Patola. Já a norueguesa Equinor concentra esforços para seu projeto no campo de Bacalhau, primeiro empreendimento greenfield não operado pela Petrobrás na área do pré-sal brasileiro.
A Rystad Energy antecipa que mais cinco empreendimentos greenfield do pré-sal serão operados por companhias de petróleo nos próximos dois anos: o campo Gato do Mato da Shell e o campo Wahoo da PetroRio em 2022, e as descobertas de gás Pão de Açúcar, Gávea e Seat da Equinor, no bloco BM-C-33, no final de 2023. Espera-se que a atividade continue forte nos próximos três anos e meio, com vários projetos em linha para sanção, incluindo os FPSOs para Búzios 8 e Búzios 9, Berbigão/Sururu Fase 2 e os campos da Petrobrás em Sergipe-Alagoas Águas Profundas (SEAP). Existe ainda a expectativa de que mais três FPSOs sejam destinados ao campo de Búzios.
A Rystad também avalia que os gastos com petróleo e gás da América do Sul devem aumentar cerca de US$ 11 bilhões em 2022, registrando um salto de 27% em relação ao ano anterior, devido aos preços elevados do petróleo, à recuperação da demanda global por petróleo e aos balanços de E&P mais saudáveis. Isso marcará o maior aumento percentual ano a ano em quase 15 anos, contribuindo para o considerável crescimento geral de 54% na região de 2020 a 2023, quando os preços devem começar a estabilizar-se.
“Espera-se que um aumento relativamente grande no CAPEX ocorra em um momento de incerteza econômica, dominado pela inflação, potencialmente aumentando os custos para os proprietários que executarão os próximos trabalhos”, previu a empresa de pesquisa energética.
Faltou dizer quanto desses 36 bilhões sobrarão para o mercado nacional. Qual o fator multiplicador para a economia nacional?