NUCLEP DIVERSIFICA NEGÓCIOS E ENTRA NO MERCADO DE CONSTRUÇÃO DE TORRES DE TRANSMISSÃO
Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –
Depois de muitos anos trabalhando exclusivamente em projetos nucleares e de defesa, a Nuclep tem aproveitado o ano de 2019 para expandir o seu horizonte de atuação. Após de ter entrado recentemente na área de mineração, com a assinatura de um contrato com a Thyssenkrupp, agora foi a vez de mirar em outro alvo. O presidente Carlos Henrique Silva Seixas, anunciou a entrada da companhia no mercado de fabricação de torres de transmissão. Este é um segmento que terá uma grande procura nos próximos anos dentro do país, com a construção de pelo menos 55 mil km de linhas até 2027. “A demanda é maior que a capacidade atual da indústria brasileira. Então, eu acho que a Nuclep pode aproveitar a oportunidade”, afirmou. Ele também comenta que a expectativa é fabricar as primeiras torres dentro de dois meses. Apesar da diversificação, Seixas ressalta que a Nuclep continua empenhada e focada na área nuclear. “Estamos terminando os últimos equipamentos de Angra 3 e estamos prontos para qualquer necessidade de uma nova usina que, porventura, possa ser construída no Brasil”, complementou.
Como surgiu a oportunidade de atuação nesse novo mercado?
Durante uma apresentação do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, foi comentado que, até 2027, serão realizadas no Brasil 55 mil km de linhas de transmissão. Conversando com o nosso diretor comercial, Nicola Neto, que está ajudando muito a empresa, suscitou a possibilidade de nós construirmos as torres de transmissão. Esse é um mercado que está saturado no momento. Então, as empresas estão trabalhando 24 horas por dia, sete dias por semana. A demanda é maior que a capacidade atual de construção da indústria brasileira. Então, eu acho que a Nuclep pode aproveitar a oportunidade.
Como foi a preparação da empresa para entrar neste segmento?
A Nuclep não tinha as máquinas específicas. Tínhamos algum maquinário, mas não possuíamos algumas máquinas específicas para construção das torres. Com isso, fomos ao mercado e conseguimos achar uma empresa de São Paulo, a Metha. Essa é uma companhia que estava no mercado há mais de 30 anos. Fizemos um acordo de parceria e trouxemos as suas máquinas, que saíram de São Paulo para a Nuclep. As máquinas estão em fase de instalação.
E quais são as perspectivas a partir de agora?
Nós temos uma perspectiva, em um prazo de 40 ou 45 dias, de estarmos capacitados a iniciar a construção das torres. Temos uma demanda no mercado e já temos diversos pedidos de cotação. Temos a expectativa de, no máximo em 60 dias, estarmos produzindo torres de transmissão. Nesse primeiro momento, vamos entrar pequenos. Mas, quem sabe no futuro próximo, possamos estar com uma capacidade maior de produção.
Isso será muito bom, porque nos próximos 10 anos teremos um mercado que dará uma receita líquida mensal constante. Isso desafogará um pouco a parte financeira da Nuclep.
Este foi mais um movimento da Nuclep rumo à diversificação. Recentemente, vocês também anunciaram a entrada no mercado de mineração, não é mesmo?
Sim, nós acabamos de fazer um contrato muito bom com a Thyssenkrupp na área de mineração. Vamos construir um equipamento grande, com 100 metros de comprimento. Estamos diversificando negócios e, como falei anteriormente, a torre de transmissão não apenas diversifica, mas também garante receita constante, devido à grande demanda que o Brasil terá de novas linhas de transmissão. Ou seja, teremos trabalhos constantes e um fluxo de caixa que irá desafogar a empresa. Estamos atuando tanto no mercado de defesa, como vamos continuar batalhando na área de óleo e gás, mas vamos abrir para essas áreas de mineração e torres de transmissão.
O que representa esse novo contrato na área de mineração?
O fato da Thyssenkrupp ter contratado a Nuclep foi muito importante. Há cerca de 10 anos a Nuclep não fazia nada fora da área da Marinha e da Eletronuclear. Isso abriu um novo cenário para a Nuclep e nos deu a oportunidade de voltar ao mercado. Agora, cabe a nós cumprir o prazo e fazer o equipamento de maneira impecável, para que possamos renascer das cinzas e voltar ao mercado com muita força. Este é só o primeiro equipamento. Temos expectativa de construir outras coisas para a Thyssenkrupp e outras empresas. O mercado está olhando a Nuclep de outra maneira.
Mesmo diversificando, a empresa mantém o foco na área nuclear. Gostaria que comentasse sobre isso.
Esse é o carro-chefe da empresa. Não podemos abrir mão disso. A Nuclep foi construída para o Programa Nuclear do Brasil. Então, esta é nossa expertise e nossa razão de ser. Somos a única empresa no Brasil qualificada com o selo ASME III – para fabricação de equipamentos nucleares. No final do ano passado, fomos inspecionados e mantivemos essa certificação ASME III. E foi a primeira vez, nos 39 anos da empresa, que passamos pela inspeção sem não conformidades.
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