CENTROS DE PESQUISAS EPIC E CEPETRO FIRMAM PARCERIA COM EQUINOR PARA ESTUDAR AS PROPRIEDADES DO PETRÓLEO DO PÓS E DO PRÉ-SAL
O Centro de Inovação em Produção de Energia (EPIC), com apoio do Centro de Estudos de Energia e Petróleo (CEPETRO) – ambos sediados na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) –, está liderando uma pesquisa inovadora com o objetivo de aprimorar a compreensão das propriedades termofísicas do petróleo extraído do pré e pós-sal brasileiro. Com o apoio da Equinor, a pesquisa utilizará uma amostra de óleo real proveniente de reservatórios da empresa, permitindo análises mais precisas sobre a dinâmica das emulsões e a precipitação de asfaltenos. Ambos são fenômenos críticos que impactam a produção e o escoamento do petróleo. Os asfaltenos, componentes pesados do petróleo, podem precipitar e obstruir tubulações, reduzindo o fluxo e exigindo limpezas frequentes. Já as emulsões, misturas de água e óleo, aumentam a viscosidade do petróleo, dificultando seu transporte e a separação durante o processamento. “Compreender e mitigar os efeitos desses fenômenos é essencial para otimizar a produção de petróleo e garantir a sustentabilidade das operações na indústria”, destaca Vanessa Bizotto Guersoni, pesquisadora do CEPETRO.
As análises serão realizadas no novo Laboratório de Propriedades Termofísicas de Fluidos em Alta Pressão Prof. Antonio Bannwart (PVTLab), do CEPETRO. Neste laboratório, é possível trabalhar com óleo real, com frações de leves e gases que o compõem nas condições de pressão e temperatura encontradas nos reservatórios. “O laboratório opera em condições extremas de até 1000 bar de pressão e 200°C, além de possuir uma célula de safira que permite visualizar a separação de fases das emulsões em alta pressão, de 500 bar”, explica Guersoni.
Além das análises realizadas pelo EPIC, o óleo também será utilizado em outro projeto do Grupo Alfa do CEPETRO, também financiado pela Equinor, mas com foco na deposição de parafina nas tubulações. O CEPETRO já vinha realizando testes para a Equinor utilizando fluidos modelo que mimetizavam as propriedades do petróleo, permitindo a observação e a compreensão do fenômeno em condições laboratoriais controladas. “Agora, com a amostra de óleo real, poderemos comparar os resultados obtidos e fazer ajustes nos nossos modelos preditivos“, acrescenta Guersoni. Os resultados das pesquisas não apenas beneficiarão a Equinor, mas também contribuirão para o avanço das tecnologias de produção e escoamento de petróleo de uma forma geral. “A utilização de um óleo que representa a realidade dos reservatórios é um passo fundamental para o desenvolvimento de soluções eficazes que atendam às necessidades da indústria”, conclui Guersoni.
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